Japão quer financiar energia limpa no Brasil para minimizar os problemas causados pelo efeito estufa
2006-05-26
Disponibilizar financiamentos para o desenvolvimento sustentável e estimular a produção de energia limpa (com menor emissão de gases poluentes) é a proposta do Japão para minimizar os problemas causados pelo efeito estufa (processo de aquecimento global causado pela grande quantidade de gases poluentes na atmosfera). Apostando no sucesso da medida, o JBIC ( Banco de Cooperação Internacional do Japão) anunciou a liberação de recursos para projetos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) nas indústrias do Brasil. A novidade foi apresentada na quarta-feira (24/05) pelo coordenador do JBIC e do Mecanismo de Kyoto, Takashi Hongo, durante coletiva na sede da Câmara do Comércio do Japão.
Segundo ele, o Japão já produz energia limpa, mas ainda é terceiro país do mundo na emissão de dióxido de carbono (CO2), cerca 8,35% do volume mundial. E é por considerar difícil modificar esse quadro, que está investindo em países como o Brasil. “O Protocolo permite essa ação. O país que não consegue reduzir o índice de CO2, pode investir em outros países. A meta é reduzir 6% a cada ano.”, diz ressaltando que a partir da união de interesses das duas nações, todos saem ganhando. “Nós conseguimos cumprir a meta de redução, com a troca de tecnologias.” A participação do JBIC no Brasil beneficiou segmentos como o da siderurgia e de energia. O saldo atual que o país possui no banco japonês é de US$8 bilhões.
Interesse
O valor destinado à implantação dos MDL ainda é desconhecido, assim como muitas outras informações sobre a realidade brasileira na emissão de gases na atmosfera. Como essa é a primeira vez que o tema é discutido em Manaus, muitas informações são desconhecidas.
Teruaki Yamagishi, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Nipo-Brasileira do Amazonas, ressalta que cabe ao empresariado local coletar essas informações para começar a ter chance de utilizar os benefícios do JBIC. “O maior interessado nessa sinalização do JBIC é o empresário. É preciso ter consciência que a emissão de dióxido de carbono e demais poluentes é responsabilidade deles, e mudar essa triste realidade é dever de todos”, destaca.
(Carbono Brasil, 25/05/06)
http://www.carbonobrasil.com/noticias.asp?iNoticia=13059&iTipo=6&idioma=1