(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2006-05-26
Os EUA, maiores exportadores de milho do mundo, vão transformar em etanol uma quantidade do grão igual ou maior que a que venderá no exterior no próximo ano, segundo estimativas do Departamento de Agricultura. Especialistas dizem que com o aumento dos preços do petróleo os agricultores estão dirigindo uma parte maior de suas colheitas para a produção de combustível do que para alimentos ou rações animais. A nova estimativa salienta a crescente concorrência entre alimentos e combustível que poderá elevar o preço dos alimentos, colocando os ricos motoristas de carros do Ocidente contra os consumidores famintos nos países em desenvolvimento.

O Departamento de Agricultura prevê que cerca de 55 milhões de toneladas de milho serão transformadas em etanol, comparadas com exportações de 40 milhões a 50 milhões de toneladas em média nos últimos 15 anos. No ano passado foram estimadas 41 milhões de toneladas de milho, um volume que poderia alimentar 131 milhões de pessoas durante um ano. Os EUA respondem por 70% das exportações mundiais do cereal. "Estamos embarcando em uma profunda mudança em nossa economia agrícola", disse Keith Collins, economista chefe do Departamento de Agricultura. "Este ano parece ser a primeira vez que a quantidade de milho transformada em etanol será igual ou maior que a exportada. Se os preços do petróleo continuarem altos, essa tendência irá aumentar."

A legislação energética americana exige que a produção de etanol aumente para 7,5 bilhões de galões (28,3 bilhões de litros) até 2012, o que exigirá cerca de 68 milhões de toneladas de grãos a mais do que a colheita total do Canadá, Brasil ou Indonésia. A produção americana abastece até 3% dos carros americanos, um número que deverá aumentar significativamente.

Os preços do milho aumentaram cerca de 20% nas últimas semanas, enquanto os estoques mundiais do cereal caíram a seu menor nível desde o início dos anos 70. Lester Brown, diretor do Instituto de Políticas da Terra, acredita que com os estoques tão baixos uma demanda crescente por etanol poderá começar a inclinar a balança.

Isso já aconteceu com os preços globais do açúcar, que duplicaram no último ano, atingindo um pico de 25 anos. Cerca de 10% da produção mundial de açúcar hoje são usados para produzir etanol. São apenas 3% do milho, mas a proporção vem aumentando depressa e alguns especialistas acreditam que em breve poderá atingir um ponto de virada.

"O fato de que tivemos amplas colheitas mundiais nos últimos anos escondeu o impacto subjacente da crescente demanda por etanol", disse Christoph Berg, um diretor da F. O. Licht, uma companhia de análises de matérias-primas. Com o petróleo custando mais de US$ 60 o barril, os agricultores têm um incentivo para converter em combustível matérias-primas como milho, trigo, soja e cana-de-açúcar. Mas Brown teme que a crescente demanda por esses produtos possa ter um efeito devastador nos mercados de alimentos, reduzindo a área de terra dedicada a colheitas alimentícias e fazendo os preços aumentarem. "Os postos de combustível hoje estão concorrendo diretamente com os supermercados por matérias-primas alimentícias", ele disse.
Por Christopher Swann, Financial Times, 25/05/06.
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/fintimes/2006/05/25/ult579u1874.jhtm

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -