Câmara dos EUA aprova exploração de petróleo em reserva ambiental no Alasca
2006-05-26
Considerando o clamor público devido ao preço de US$ 3 do galão (cerca de 4 litros) de gasolina e a grande dependência dos Estados Unidos no petróleo estrangeiro, a Câmara dos Representantes votou, nesta quinta-feira (25/05), a favor de abrir uma reserva ambiental para exploração de petróleo no Alasca, mesmo sabendo que a perspectiva para a aprovação do Senado não é boa.
Os defensores da exploração argumentaram que a reserva na Vertente Norte do Alasca forneceria 1 milhão de barris de petróleo nacional por dia, no auge da produção, e reduziria a necessidade de importações. Mas os que se opõem à exploração econômica do quê, segundo os ambientalistas, é uma área virgem, onde a prospecção de óleo prejudicaria renas, ursos polares e pássaros migratórios, disseram que o Congresso deveria buscar a conservação e fontes alternativas de energia, medidas que poupariam mais petróleo do que seria extraído na reserva.
A Câmara votou 225-201 para instruir o Departamento do Interior a abrir concessões de petróleo na faixa costeira da Reserva Ambiental Nacional do Ártico - uma área de 1,5 milhões de acres que, acredita-se, armazena cerca de 11 bilhões de barris de petróleo. Mas a ação pode ser pouco mais que simbólica. A exploração econômica da reserva do Ártico, mesmo aprovada pela Câmara cinco vezes, foi bloqueado repetidamente no Senado, em que os defensores da exploração não conseguiram angariar os 60 votos necessários para superar as táticas parlamentares de obstrução.
A reserva foi separada para proteção em 1960 e expandida pelo Congresso em 19 milhões de acres em 1980, com a ressalva de que seu petróleo - limitado à faixa costeira - poderia ser explorado, mas apenas se o Congresso aprovasse. O governo federal dividiria os lucros igualmente com o Estado. As companhias petrolíferas cobiçam há tempo a área onde, segundo geólogos federais, há entre 5,4 e 16 bilhões de barris de petróleo passíveis de extração. Mas ambientalistas vêem a região como uma de suas prioridades de proteção.
A faixa costeira é uma área de procriação pra renas, lar para os ursos polares e para o boi-almiscarado, e o destino de milhões de aves migratórias. Os que se opõem à exploração citaram uma análise do Departamento de Energia, de que o petróleo da reserva teria pouco impacto sobre o preço da gasolina e reduziria a importação em apenas alguns pontos porcentuais. Atualmente 60% dos 21 milhões de barris de petróleo usados diariamente nos Estados Unidos vêm de importações.
Os defensores da exploração disseram que a tundra e a vida selvagem da reserva podem ser protegidas utilizando-se técnicas modernas de obtenção de petróleo e restrições ambientais. Eles argumentaram que o petróleo adicional ajudaria o país a se mover em direção a uma maior independência de energia.
AP, 25/05/06.
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