Curso do Arroio Pampa poderá ser alterado para amenizar poluição
2006-05-26
Integrantes do Centro de Excelência na Gestão de Saneamento (Cegs) da
Companhia Municipal de Saneamento (Comusa) averiguaram, quarta-feira
(24/05) à tarde, a atual situação da foz do Arroio Pampa junto ao Rio
dos Sinos, próximo à divisa de Novo Hamburgo com Campo Bom.
Participaram da verificação representantes da Secretaria Municipal de
Obras Públicas (Semop) e o diretor-presidente da Comusa, Wilson
Ghignatti. Entre as medidas estão a futura instalação de interceptores
para captação de efluentes e a possível abertura do antigo curso. O arroio foi desviado em 1984 para evitar alagamentos.
O curso do Pampa foi modificado em aproximadamente um quilômetro nas
proximidades da Vila Kipling, no bairro Canudos. Com isso, o arroio
deixou de desaguar junto aos banhados para cair diretamente no Sinos.
“Isso melhorou na época dos alagamentos. Porém, acabou trazendo toda a
poluição para dentro do Sinos”, afirma Ghignatti. A abertura do canal
faria com que parte da demanda do arroio voltasse a ir para os
banhados. “Isso amenizaria a situação, mas longe de ser a solução”,
reitera o diretor-presidente da Comusa. Além disso, diz Ghignatti, a
decisão de abertura do canal vai depender dos grupos do Cegs.
A instalação de interceptores é considerada primordial. Segundo o
secretário municipal de Obras Públicas, Renato Pilger, o desvio do
arroio será realizado à medida em que ele for despoluído. “Resolver o
problema do esgoto sendo lançado ao rio é mais importante no momento”,
aponta. Caso o canal seja aberto, Pilger afirma que não deve haver
alagamentos. “Os problemas que teremos serão na questão de fauna e
flora”, salienta.
A colocação dos interceptores (constituídos de canos de 1,5 metro)
será o procedimento inicial para tratamento do esgoto colocado nos
arroios de Novo Hamburgo. Os efluentes deverão ser levados para fontes
de tratamento localizadas em partes mais baixas do Município, como no
bairro Santo Afonso. “Estamos em busca do fim de uma discussão sobre
esgoto que dura 61 anos”, afirma Ghignatti. Em dois anos, estima,
seriam construídos interceptores que atenderiam a 10% da população.
Durante o serviço, a comitiva foi impedida de deixar o local devido a
cinco cargas de entulho depositadas na estrada que leva à foz, às
margens da Avenida dos Municípios. Ghignatti, então, solicitou a
operários da empreiteira que trabalhavam nas obras na Avenida dos
Municípios que desbloqueassem o local.
Jornal NH, 25/05/06.
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