O Disque-Pichação começou a funcionar às 7h de ontem. Nas primeiras 12 horas de operação do telefone 153, o guarda municipal Jair Piva recebeu sete chamados. "As pessoas telefonaram para protestar contra a ação dos pichadores", revelou. Segundo ele, um morador da Capital prometeu repassar um dossiê elaborado nos últimos 18 meses, com fotos, sobre os atos de vandalismo que atingem prédios públicos e particulares, além de monumentos, viadutos e calçadas.
Piva também recebeu reclamações de pessoas que tiveram as fachadas das casas pichadas. "O 153 está à disposição dos porto-alegrenses 24 horas por dia", assinalou. O secretário municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana, Kevin Krieger, esclareceu que o serviço está funcionando em caráter experimental. "Inicialmente atenderemos apenas as denúncias que envolvam prédios municipais e monumentos da Capital", frisou. O objetivo, segundo Krieger, é combater a ação dos vândalos. Na próxima quarta-feira, ele reúne-se com representantes do Ministério Público e de órgãos vinculados à Secretaria da Justiça e da Segurança para articular medidas unificadas de combate ao vandalismo.
Levantamentos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente revelam que 80% dos 400 monumentos da Capital estão pichados ou depredados. De acordo com o titular da pasta, Beto Moesch, o Monumento ao Expedicionário e a estátua em homenagem a Bento Gonçalves figuram entre os principais alvos dos pichadores.
A estimativa é que sejam necessários R$ 1 milhão/ano para a limpeza das obras de arte danificadas. Os custos de manutenção são elevados devido à necessidade de uso de produtos específicos para cada tipo de material. Se alguém flagrar um ato de vandalismo ou depredação, também pode acionar a Brigada Militar, telefone 190.
Correio do Povo, 26/05/06.