Cores e formas variadas, tamanhos e funções diferentes. A biodiversidade brasileira, uma das maiores do mundo, garante que nem todas as frutas sejam vermelhas, todas as flores comestíveis ou todos os chás amargos. Ela nos oferece comida, remédios, cosméticos, roupas e acessórios.
O Brasil detém cerca de 20% da biodiversidade do planeta, mas somente 10% é conhecida. Dessas 200 mil espécies, menos de 1% foi pesquisada.
- Todos os recursos naturais têm potencial econômico. Mas é preciso avançar muito em pesquisa - afirma Lídio Coradin, coordenador do programa Plantas do Futuro, do Ministério do Meio Ambiente.
Desde 1992, com a assinatura da Convenção da Diversidade Biológica (CDB), o mundo empresarial virou sua atenção para o desenvolvimento sustentável. Produtos naturais estão ganhando cada vez mais espaço no mercado. Metade do Produto Interno Brasileiro (PIB) vem diretamente do uso da biodiversidade por meio da agricultura, pecuária, pesca, exploração florestal e turismo.
No relatório final da 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade (COP-8), realizada em março deste ano em Curitiba, governos, ONGs e ambientalistas se comprometeram em diminuir a acelerada perda de biodiversidade que o mundo vem enfrentando, a mais grave desde as últimas cinco décadas, conforme estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) durante o evento. Empresas brasileiras dos setores farmacêutico, cosmético e alimentício demonstram ser possível promover desenvolvimento sem prejuízo para a natureza.
O comércio de produtos naturais tem importância social. Os projetos que visam o desenvolvimento sustentável criam renda para comunidades locais e pequenos agricultores familiares. São milhões de brasileiros que geram sua renda em atividades ligadas à natureza.
Para Coradin, o Brasil tem potencial e deve apostar nesse mercado, que conta com US$ 2,7 trilhões em fundos internacionais, segundo estimativa do World Resources Institute (WRI), para serem investidos em negócios que se provem sustentáveis.
Zero Hora, 25/05/06.