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2006-05-26
A Sadia e o Instituto Sadia de Sustentabilidade realizaram ontem (25/5) sua primeira venda de créditos de carbono obtidos por meio da captação de gases de efeito estufa em granjas próprias de suínos da empresa e em propriedades de integrados, produtores rurais que cuidam de suínos para a empresa. O comprador é o European Carbon Fund (ECF), que adquiriu 2,7 milhões de toneladas de carbono resultantes da captação, por meio de biodigestores, de gases produzidos por dejetos de suínos, conforme prevê o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kyoto. Os valores cobrados são os praticados no comércio internacional de carbono. Em reais, esse valor deve atingir de R$ 80 a 90 milhões.

O ECF é um fundo criado em 2005 por dois dos maiores bancos europeus, o francês Caisse des Dépôts e o belga-alemão Fortis Bank, e dirigido pela IXIS Enviroement & Infrastructures, que conta com aportes de diversas instituições financeiras.

A Sadia começou a estudar projetos de captação de gases de efeito estufa em 2003. Em 2004, instalou biodigestores em três granjas próprias em Santa Catarina e no Paraná. O projeto de captação de gases nessas três propriedades foi aprovado pelo Executive Board da ONU para Mudanças Climáticas em fevereiro deste ano, o que credenciou a empresa a negociar créditos de carbono no mercado internacional. Ao criar este projeto, o objetivo da empresa era estender este benefício para os seus 3.500 integrados, que é como são chamados os produtores rurais de pequeno, médio e grande porte que criam os suínos para a Sadia, com supervisão da companhia.

O Programa de Suinocultura Sustentável Sadia – chamado de Programa 3S – prevê a instalação de biodigestores nessas granjas, sem ônus para os integrados. Depois, esses produtores vão receber o dinheiro proveniente da venda dos créditos de carbono para realizarem melhorias ambientais em suas propriedades, deduzidos desse montante o valor dos biodigestores e o custo operacional dos projetos. No total, as três granjas da Sadia irão captar 242 mil toneladas de carbono em 10 anos. A Sadia está, ainda, em processo de validação de outros projetos de 24 granjas próprias, que têm um potencial de geração de carbono de 625 mil toneladas de CO2 em 10 anos. Os integrados, no mesmo período, irão captar aproximadamente 15 milhões de toneladas de carbono. Os projetos do Programa 3S já estão em fase de elaboração para encaminhamento ao governo brasileiro e depois à ONU para aprovação e registro. Os biodigestores, que são uma espécie de tanque coberto, transformam o metano gerado pela fermentação dos dejetos dos suínos em gás carbônico, que é 21 vezes menos poluente do que o metano.

A Sadia, que está vendendo 290 mil toneladas de carbono, começará a entregar os créditos a partir de 31 de dezembro de 2006 ao ECF. O Instituto Sadia de Sustentabilidade, que administra o Programa 3S, comercializa, agora, 2 milhões e 460 mil toneladas de carbono, que começarão a ser entregues a partir de 31 de dezembro de 2008.

De acordo com Gilberto Xandó, diretor-superintendente do Instituto, a renda obtida com a venda dos créditos de carbono será usada para antecipar os pagamentos dos biodigestores que estão sendo instalados em granjas de integrados em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, locais onde a empresa mantém unidades produtivas. “Os recursos oriundos da venda dos créditos da Sadia serão usados na implementação de ações de sustentabilidade da empresa, de acordo com o Comitê Estratégico de Sustentabilidade da Sadia”, explica.

O Programa 3S foi o projeto que mais estimulou a criação do Instituto Sadia de Sustentabilidade, que começou a operar em dezembro de 2004 e que tem como função estruturar de maneira eficiente os investimentos e iniciativas sociais e ambientais da empresa. O Instituto é a entidade que vai comercializar os créditos de carbono dos integrados e repassar o dinheiro aos produtores rurais, após a dedução do valor dos biodigestores e do custo operacional dos projetos.

A grande parte dos 3,5 mil produtores integrados da Sadia tem porte pequeno ou médio e não poderia se beneficiar da venda de créditos de carbono se não fosse a intermediação da Sadia e do Instituto Sadia. “O Programa possibilita a preservação do meio ambiente e ainda permite que pequenos e médios produtores tenham acesso aos dividendos da venda dos créditos de carbono”, diz Xandó. A orientação do Instituto Sadia de Sustentabilidade é para que seus integrados usem o dinheiro para realizar melhorias ambientais em suas propriedades, como proteção das matas ciliares e de nascentes, reflorestamento, transformação do gás em energia e muitas outras. “O Programa é um exemplo de ação que integra princípios de sustentabilidade, objetivando gerar resultado social, ambiental e econômico”, lembra Xandó.

Em dezembro de 2005 o Instituto Sadia formalizou um financiamento com o BNDES de R$ 60 milhões de reais para viabilizar a implantação dos biodigestores nas propriedades rurais dos integrados parceiros da Sadia.

Pelo seu ineditismo e pelo seu relevante papel social e ambiental, o Programa 3S ganhou, em 2005, o Prêmio Brasil Ambiental, na categoria Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), da Câmara de Comércio Americana (Amcham/RJ).

Entidade sem fins lucrativos, o Instituto Sadia de Sustentabilidade também desenvolve e apóia ações e projetos voltados à preservação dos recursos naturais, ao fomento à pesquisa técnica e científica, à educação alimentar, ambiental, cultural e esportiva. “O objetivo é que, além dos próprios funcionários da empresa, nossos parceiros comerciais, fornecedores e a comunidade também sejam envolvidos nas ações”, diz Xandó.
(Informações Ass. de Comunicação Sadia, 25/5)

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