Epidemia de gripe aviária causaria colapso hospitalar na AL
2006-05-25
Diante de um hipotético quadro de epidemia de gripe aviária, as UTIs e os respiradores artificiais dos hospitais da
América Latina entrariam em colapso em uma semana, diz a OPS - Organização Pan-Americana da Saúde. A OPS
baseia esta avaliação nas taxas de contágio das epidemias de gripe de 1957 e 1968, que apesar de terem matado três
milhões de pessoas foram consideradas "moderadas".
"Se usássemos o cenário de 1918, haveria uma multiplicação de infectados e, nos primeiros dias, seria excedida a
capacidade" de resposta dos hospitais, disse Carissa Etienne, subdiretora da OPS, entidade filiada à OMS -
Organização Mundial da Saúde. Segundo a estimativa de epidemia "moderada" da OPS, 25% da população da América
Latina contrairia o vírus e 300.000 pessoas perderiam a vida.
Nas oito semanas da hipotética primeira onda de contágio, cerca de 1,46 milhão de pessoas seriam hospitalizadas, o
que representa a ocupação de 80% dos leitos disponíveis na região. Se a epidemia fosse mais parecida com a de 1918,
na qual morreram entre 40 milhões e 100 milhões de pessoas em todo o mundo, o número de pessoas internadas nos
hospitais da América Latina saltaria para 11,79 milhões, diz a OPS.
"Francamente, acho que vai haver um alto nível de ansiedade tanto no governo como entre os serviços de saúde. Temos
que nos preparar para minimizá-lo", declarou Etienne. Além disso, ela afirma que disponibilizar todos os recursos para
aumentar a capacidade dos hospitais não é a melhor estratégia. Ao invés disso, ela acredita que a melhor coisa a ser
feita é manter as pessoas em casa. "Temos que ajudar as famílias a se preparar para a epidemia, com uma relação de
produtos médicos que deverão usar e ensinando como tratar simples febres", disse Etienne.
(Efe, 24/05/06)
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