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2006-05-25
A senadora Hillary Clinton propôs uma série de medidas, na terça-feira (23/05), para cortar o consumo de petróleo estrangeiro da nação pela metade até 2025, incluindo encorajar o desenvolvimento de formas alternativas de energia. Clinton, que corre pela re-eleição em Nova York este ano e é vista como uma provável candidata presidencial em 2008, também disse que a dependência da América sobre o petróleo estrangeiro estava apresentando uma ameaça à nação.

“Nosso sistema presente está enfraquecendo nossa segurança nacional, machucando nossas carteiras, violando nossos sistemas comuns e ameaçando o futuro de nossas crianças”, disse ela em um discurso no Clube Nacional da Imprensa. “Neste momento, ao invés de segurança nacional ditando nossa política energética, nossa falha política energética dita nossa segurança nacional”.

Com o setor de energia sob fogo, enquanto altos preços do petróleo bruto e de gás natural empurram os lucros da indústria a altas recordes, Clinton propôs a imposição de uma taxa de dois anos sobre as companhias petrolíferas, criando um fundo de U$50 bilhões para ajudar a estimular pesquisas em novas abordagens de conservação e fontes alternativas de energia.

Republicanos rapidamente criticaram Clinton, apoderando-se de um aspecto da proposta dela: um pedido para expandir o uso do etanol. Republicanos notaram que ela estava freqüentemente se opondo a medidas que teriam feito exatamente isso. Eles a acusam de oportunismo político, notando que o etanol é um aditivo de combustível feito de milho que é popular em Iowa, o estado cuja convenção partidária tem um papel crucial na corrida presidencial. “A política energética da senadora Clinton consiste de um singular ato de equilíbrio envolvendo partidarismo, intriga política e erros de ontem”, disse Tracey Schmitt, porta-voz para o Comitê Republicano Nacional.

Philippe Reines, um porta-voz de Clinton, disse em resposta, “Se ataques partidários não fundamentados pudessem, de alguma forma, ser adotados como uma fonte de energia, então esta Casa Branca poderia reivindicar realmente ter um plano para se dirigir às necessidades energéticas do país”. Durante sua aparição, Clinton também falou sobre a Guerra do Iraque. Questionada se ela estava arrependida de ter votado autorizando o presidente Bush a usar força militar no Iraque, ela disse, “eu me arrependo da forma como o presidente usou a autoridade que lhe foi dada”.

Clinton, cujo apoio à guerra lhe causou problemas com a ala liberal de seu partido, também sugeriu que estava se aproximando o tempo em que o Iraque precisa ter um papel maior em cuidar de sua própria segurança. Mas a senadora, cujo discurso foi interrompido por dois manifestantes anti-guerra, parou pouco antes de pedir por uma retirada de tropas. “Acho que, uma vez que há um governo iraquiano totalmente estabelecido”, disse ela, “temos que deixar bem claro que os iraquianos são responsáveis por sua própria segurança, são responsáveis por acabar com a violência sectária”. “Ainda não acho que chegamos lá”, acrescentou. “Mas deveremos chegar logo”.
Por Raymond Hernandez
(The New York Times, 24/05/06)
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