Santa Catarina convive com estiagens fortes e freqüentes nos últimos três anos. As sucessivas secas causaram perdas de R$ 1,5 bilhão na agricultura, fora gastos com transporte de água de prefeituras.
De acordo com a Defesa Civil do Estado, 152 municípios decretaram situação de emergência em 2004, 182 em 2005 e, neste ano, são 126 (até ontem). A novidade agora é que a falta de água está se estendendo em períodos de frio. O motivo é que, em abril, choveu apenas 28% da média histórica em Chapecó. Em maio, foram 15 milímetros até agora, para expectativa de 175 milímetros. Ou seja, a chuva que já foi insuficiente no Verão continua escassa.
Não houve recuperação dos mananciais. O transporte de água, que se iniciou em novembro no Oeste, teve folga apenas em abril.
Seara já raciona na zona urbana. São 200 mil litros por dia transportados de caminhão-pipa para 40 famílias da zona urbana e 32 propriedades rurais. Em Chapecó, 120 famílias recebem água da prefeitura.
Peritiba só não está em racionamento graças a um poço artesiano que despeja água na barragem de captação, pois a rede não está pronta. Municípios como Maravilha, Nova Erechim, Anchieta e Dionísio Cerqueira correm risco de racionar.
Ainda ontem, a Secretaria de Desenvolvimento Regional de Chapecó definiu projetos prioritários para receber recursos do governo federal. Nova Itaberaba, por exemplo, vai receber R$ 70 mil para um sistema de abastecimento na Linha Cambucica. O secretário de Administração, Mauro César dos Santos, disse que o projeto era necessidade urgente.
Diário Catarinense , 24/05/06.