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2006-05-25
As fortes chuvas que vêm caindo nas cabeceiras dos grandes rios da Amazônia estão preocupando pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônica (Inpa). Conforme estudos realizados conjuntamente pelos institutos, este ano deve ser registrada a maior cheia dos últimos 103 anos no Amazonas.

Conforme os registros dos pesquisadores, com base na análise de dados oceanográficos e informações das condições pluviométricas das cabeceiras dos rios, as águas do rio Solimões podem atingir 29,14 metros ou ainda atingir 29,96 metros acima do nível médio do mar, tomando como base as medidas de subida e descida do rio na frente de Manaus.

Os estudos apontam para profundidade em torno de 47,22 metros durante junho, mês em que é registrado o pico da cheia na região do médio Solimões. Os dados correspondem ao perímetro da cidade de Tefé (a 523 km de Manaus), incluindo a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, localizada entre os rios Japurá e médio Solimões.

Embora a cheia deste ano esteja sendo classificada como atípica pelos sistemas integrados que monitoram a subida e descida das águas dos rios, bem como a quantidade de chuvas caídas nas cabeceiras não é possível corroborar com a pesquisa desenvolvida pelo IDSM e pelo Inpa.

Isso porque a base de dados utilizada pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) e Coordenadoria Estadual da Defesa Civil (Cedec) para medir os picos de cheia corresponde há pouco mais de 50 anos.

Monitoramento
Segundo o tenente-coronel Roberto Rocha, responsável pelo setor de enchentes do Corpo de Bombeiros, há sete anos não havia uma cheia expressiva no Amazonas, mas é indiscutível que a quantidade da precipitação pluviométrica foi maior que o esperado para o período. Em 120 dias, o rio Solimões subiu 10 metros.

O primeiro grande rio a sofrer os impactos da quantidade de chuvas na região foi o rio Madeira. Dentre os municípios banhados pelo Madeira que pediram auxílio ao Cedec por estarem em situação de alerta foram Manicoré, Borba, Humaitá, Novo Aripuanã e Nova Olinda do Norte. Nesses locais, o Cedec está fazendo o monitoramento para medir os impactos e as necessidades assistenciais de cada comunidade.

Na região do Purus, os municípios mais penalizados com a quantidade de chuvas foram Lábrea e Pauini. Nestes locais as águas do rio Purus somadas às águas do rio Acre comprometeram, principalmente, os moradores das áreas rurais. Estima-se que pelo menos 70% dos danos provocados pelas chuvas tenham acontecido na zona rural dos municípios.

Os danos causados pelas fortes chuvas podem ser sentidos também no Alto Solimões, sobretudo nos municípios de Santo Antônio do Içá e em Benjamin Constant. Nestes locais, a instabilidade pluviométrica foi influenciada, em especial, pela subida do rio Içá, chegando a atingir inclusive a parte urbana das cidades.

“A Defesa Civil do Estado foi solicitada e estamos mandando uma equipe para mensurar os danos causados pelas chuvas em Santo Antônio do Içá, a equipe deve ser deslocada ainda esta semana. Já em Benjamin Constant o estado de emergência já foi decretado”, disse Rocha.
Amazonas em Tempo, 24/05/06.
http://www.emtempo.com.br/noticias.asp?cd=CD&Data=5/24/2006#0

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