Estudantes conhecem raças de animais domésticos ameaçadas de extinção
2006-05-25
Estudantes das redes pública e privada do Distrito Federal estão tendo
a chance de conhecer raças de animais domésticos seculares no Brasil
que se encontram atualmente em risco de extinção. A exposição
acontece até o dia 30 de setembro na Vitrine de Tecnologias da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, no Edifício Sede da
Empresa, em Brasília, DF, e reúne exemplares de caprinos, eqüinos,
bovinos e ovinos que compõem o Programa de Conservação e Uso de
Recursos Genéticos Animais da Embrapa. Muitas dessas raças se
encontram no Brasil desde o período da colonização e, por isso, podem
ser consideradas verdadeiros tesouros genéticos, pois reúnem
características de rusticidade e adaptabilidade adquiridas ao longo
dos séculos, que podem ser utilizadas em programas de melhoramento
genético, a partir de cruzamentos com raças mais produtivas.
Ao conhecerem as raças de animais domésticos conservadas pela Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 40 unidades da Embrapa, os
estudantes conhecem também um pouco mais sobre a história do Brasil,
já que são animais que se encontram aqui desde a época do
descobrimento. Além disso, a exposição reforça nos estudantes a
importância da preservação desses animais, cujo desaparecimento
representaria a perda de um valioso material genético, pois são raças
que reúnem características adquiridas ao longo dos séculos, como
resistência a doenças e parasitas, por exemplo, que podem ser muito
importantes para programas de melhoramento genético.
Entre os animais que estão expostos na Vitrine de Tecnologias da
Embrapa, encontram-se: bovinos das raças Mocho Nacional e Junqueira;
éguas pantaneiras; ovelhas Morada Nova e caprinos das raças Moxotó e
Repartida. Todas são raças ameaçadas de extinção no Brasil, pois vêm
sendo substituídas ao longo dos séculos por outras consideradas mais
produtivas. Graças aos esforços de conservação da Embrapa, outras
instituições de pesquisa, universidades e de associações de criadores,
esses animais são preservados em núcleos de criação distribuídos por
todo o país e também sob a forma de sêmen e embriões congelados,
mantidos em um Banco Genético, que conta hoje com cerca de 52 mil
doses de sêmen de diversas espécies, especialmente bovinos, e
aproximadamente 200 embriões. Esse material fica conservado em
botijões de nitrogênio líquido a uma temperatura de 196° abaixo de
zero, onde podem ficar para sempre, desde que haja nitrogênio.
A clonagem também tem se mostrado uma tecnologia importante para evitar
o desaparecimento de raças em alto risco de extinção, pois pode
resultar na formação de núcleos de conservação de fêmeas clonadas,
sobre as quais pode se utilizar sêmen de diversos touros, contribuindo
assim para aumentar a variabilidade genética, o que é fundamental
para a restauração da raça.
Por Fernanda Diniz, Embrapa, 24/05/06.
http://www.embrapa.br/