UE divulga plano para combater extinção de plantas e animais
2006-05-24
A União Européia anunciou na segunda-feira (22/05) um plano para conter o fim de espécies vegetais e animais até 2010, como
parte de uma campanha mundial para desacelerar o que pode vir a ser a maior sequência de extinções registrada desde
o extermínio dos dinossauros. A Comissão Européia apresentou um estudo com diretrizes para seus 25 países
membros e instituições como o Parlamento Europeu, para deter a perda de biodiversidade, que, segundo a
organização, está prejudicando o esforço de estimular economias a preservar o meio ambiente.
"A perda de biodiversidade é uma das mais importantes ameaças ambientais que a humanidade enfrenta, em
companhia das alterações climáticas", disse Stavros Dimas, comissário europeu do Meio Ambiente, à Reuters. A
Comissão afirmou que 43 por cento das espécies nativas de pássaros, 45 por cento das borboletas, 45 por cento dos
répteis e 52 por cento dos peixes de água doce da Europa enfrentam ameaças de extinção.
O plano, que não inclui novas leis, mas cobre o financiamento, o processo decisório e a conscientização sobre o
problema, anunciou a Comissão em comunicado. No mundo, dos anos 70 para cá uma área de floresta tropical maior
que a União Européia foi destruída, especialmente para exploração madeireira, cultivo de plantas como palmito e soja e
criação de gado, afirma o estudo. "O ritmo de extinção das espécies é no momento 100 vezes mais acelerado do que
os estudos dos fósseis demonstram, e deve se acelerar ainda mais, o que gera a ameaça de uma nova "extinção em
massa" com uma intensidade não vista desde o desaparecimento dos dinossauros 65 milhões de anos atrás,
acrescenta a pesquisa.
O grupo ambiental Greenpeace disse que os planos da União Européia não são suficientes para enfrentar ameaças que
variam da expansão das cidades à alteração do clima, que é em larga medida atribuída às emissões de gases-estufa,
gerados pela queima de combustíveis fósseis. "A União Européia precisa fazer mais do que um documento e monitorar
a perda de biodiversidade. Precisa revisar suas políticas destrutivas e se responsabilizar por sua parte na crise,
alterando suas posturas de maneira drástica", afirmou Sebastien Risso, do Greenpeace, em comunicado.
(Agência Reuters, 23/05/06)
http://www3.atarde.com.br/mundo/interna.jsp?xsl=noticia.xsl&xml=NOTICIA/2006/05/22/981317.xml