Uma reunião de pesquisadores gaúchos ligados ao Programa Antártico Brasileiro
(Proantar) realizada ontem (23/05), em Porto Alegre, estabeleceu como meta
desvendar a influência do continente gelado no dia-a-dia dos gaúchos.
As relações ambientais entre o pólo e o pampa deverão ser a tônica do trabalho
científico nos próximos anos. O encontro de cerca de 50 pesquisadores no Campus
do Vale da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em uma espécie de
fórum informal, serviu para trocar experiências, avaliar resultados e fazer
planos.
- A Antártica está mais próxima de nós do que Roraima. Em termos climáticos, em
vez de olharmos para a Amazônia, temos de olhar para o Sul - explica o professor
da UFRGS Jefferson Cardia Simões.
Entre os 3,7 mil quilômetros que separam Porto Alegre de Boa Vista (RR) e os 3,6
mil quilômetros entre a Capital e a Estação Antártica Comandante Ferraz, é ao
longo do segundo trecho que sobem as constantes massas de ar frio que
caracterizam o clima gaúcho. Por isso, uma das metas é desvendar como ocorre
esse processo.
- Já sabemos que essas friagens se formam ao redor da Antártica. Questões que
tentaremos responder: quais as razões e a freqüência das massas de ar frio que
entram no continente - explica Simões.
(
ZH, 24/05/06)