País terá mais 44 milhões de m³ de gás
2006-05-24
A partir de 2008, a Petrobras pretende oferecer ao mercado interno cerca de 44 milhões de metros cúbicos adicionais por dia de gás natural, volume superior aos 30 milhões de metros cúbicos diários que estavam previstos para serem importados da Bolívia. O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse ontem que a companhia fará licitação para as importações de gás natural liquefeito (GNL), que deverão somar 20 milhões de metros cúbicos por dia. Além disso, a empresa já anunciara planos para aumentar em mais 24,2 milhões de metros cúbicos diários a oferta nacional de gás natural com a aceleração de projetos nas bacias de Campos, Santos e no Espírito Santo.
Gabrielli disse que a idéia não é construir em terra as unidades de regaseificação - necessárias para transformar o GNL, que vem por navios em forma líquida, em gás. A Petrobras estuda comprar o GNL usando navios especiais, com capacidade de regaseificação.
Assim, diz Gabrielli, será necessário construir apenas um terminal especial no porto com capacidade para receber e armazenar o gás já na forma gasosa, e a rede de dutos para seu envio para os gasodutos existentes. Essas instalações são bem mais baratas do que as unidades de regaseificação. O presidente da Petrobras disse que a idéia é importar cerca de seis milhões de metros cúbicos por dia de GNL para o Nordeste, que serão desembarcados no Ceará. Outros 12 milhões a 14 milhões de metros cúbicos virão para o Sudeste, pelo Rio de Janeiro.
Já a criação do H-Bio, novo combustível da Petrobras que vai misturar óleos vegetais ao diesel, foi comemorada ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no programa semanal de rádio "Café com o Presidente". Lula disse que o novo combustível poderá fazer o preço para o consumidor cair, além de criar mercado interno para os produtores de soja e outras oleaginosas. Segundo Lula, o Brasil caminha para se tornar uma potência energética:
- Nosso óleo diesel será de melhor qualidade porque (o biodiesel) vai ser diretamente refinado com o petróleo. Pode baratear o preço para o consumidor, pode dar aos produtores de soja, de mamona, uma certa garantia de mercado - afirmou, sobre o H-Bio.
Por Ramona Ordoñez e Mônica Tavares, O Globo, 23/05/06.
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