Uma equipe de mergulhadores do departamento de montagem da Superintendência Regional Nordeste da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), com sede em Bento Gonçalves, estará em Montenegro na terça-feira (23/05). O objetivo do grupo é retirar os moluscos, conhecidos como mexilhões, que estão obstruindo os canos de captação de água no Rio Caí, sob a ponte na RS 240. A limpeza está programada para começar às 8 horas da manhã.

Desde março, os mexilhões preocupam os diretores da Corsan na cidade. Em novembro do ano passado, os organismos começaram a ser notados no Rio Caí. Eles não trazem nenhum risco à qualidade da água. "O mexilhão não traz problema biológico, somente mecânico", afirma o técnico Fernando Azevedo Orth. A Corsan não tem noção da quantidade desses moluscos no Caí. "Sabemos que há bastante mexilhão obstruindo os canos", diz Orth. A limpeza é feita com raspagem, sem o uso de produtos químicos, e deve durar mais de duas horas.

O gerente da unidade da Corsan em Montenegro, Luis Henrique Medeiros, ressalta que há risco de faltar água em alguns bairros da cidade, principalmente nas regiões mais altas. O fornecimento será normalizado assim que o trabalho se encerrar. Caso a limpeza não seja feita, os mexilhões podem causar a diminuição de produção das bombas, prejudicando o abastecimento de água ao município.

Características do molusco
*Nome científico: Limnoperna fortunei
*Tamanho: quando adulto, pode atingir até quatro centímetros.
*Aspecto: é formado por duas conchas, vive em média três anos e é um filtro de águas, de onde tira seu alimento.
*Origem: Continente asiático. Biólogos acreditam que ele tenha vindo para o Brasil através de navios.
*O maior volume de mexilhões foi constatado na Ilha Chico Manuel, em Porto Alegre. Lá, desde 1998, é detectada a maior quantidade do organismo. Em 1999, foi encontrado grande número de moluscos na reserva do Itapuã, na capital gaúcha. Desde então, o mexilhão vem subindo e alcançando os afluentes do Rio Caí.
(O Ibiá, 22/05/06)