Países em desenvolvimento devem escapar das metas de Kyoto
emissões de co2
2006-05-23
Os países em desenvolvimento estão buscando ajuda e tecnologias para combater o aquecimento global, e segundo as discussões da ONU - Organização das Nações Unidas, não há expectativas de que estes países sejam forçados a reduzir as suas emissões de gases do efeito estufa. Um dos maiores desafios da reunião da ONU, que acontece de 15 a 26 de maio na Alemanha, é decidir como envolver países como a China, Índia, Brasil e Indonésia na luta, em longo prazo, para mitigar as mudanças climáticas.
Até agora, os países em desenvolvimento estão utilizando recursos vindos dos países desenvolvidos para diminuir as suas crescentes emissões de CO2. Até agora, os países industrializados não estão exigindo metas para as emissões dos países em desenvolvimento após 2012, disse o representante do Secretariado da ONU em Bonn, Richard Kinley. Ele disse que os países em desenvolvimento precisam de incentivos, investimentos e fornecimento de novas tecnologias, como a energia solar e eólica.
Segundo o Protocolo de Kyoto, 40 nações industrializadas precisam reduzir as suas emissões de GEE (Gases do Efeito Estufa) em uma média de 5.2% abaixo do nível de 1990, entre 2008 e 2012. Mesmo assim, a União Européia diz que todos os países devem participar da luta em longo prazo. A China e outros 77 países em desenvolvimento declararam recentemente que as metas dos países desenvolvidos devem ser substancialmente mais rígidas após 2012, sem mencionar qualquer contribuição dos países em desenvolvimento.
Os países em desenvolvimento alegam que precisam utilizar mais energia para sair da pobreza e que as suas emissões per capita são uma pequena fração das emissões dos países desenvolvidos, os quais queimam combustíveis fósseis deliberadamente desde a Revolução Industrial.
Luta global
A falta de metas para os países em desenvolvimento foi um dos motivos pelo qual o Presidente George W. Bush retirou o seu país do Protocolo de Kyoto em 2001. “Não”, disse o principal negociador dos Estados Unidos sobre o clima, Harlan Watson, à Reuters, quando questionado se Washington estava reconsiderando a sua posição quanto à Kyoto.
Ele disse que os Estados Unidos está indo em frente com as metas domésticas, investindo em hidrogênio e outras energias limpas. O país é responsável por cerca de um quarto das emissões globais de GEE. Alguns países em desenvolvimento apóiam a criação de um novo mercado para reduzir a taxa de desmatamento, fornecendo crédito aos agricultores para não prejudicarem as florestas tropicais, as quais são estoques de carbono. Eles argumentam que, atualmente, estas árvores somente têm valor quando são cortadas e vendidas.
O presidente da unidade de Energia e Clima da Comissão Européia, Artur Runge Metzger, disse que a UE não prevê metas para os países em desenvolvimento para o período pós-2012. Ele disse à Reuters que há sinais da ação destes países. Ele elogiou a China, por exemplo, por realizar uma abordagem agressiva em direção à eficiência energética.
Metzger ainda citou o caso da co-geração de energia com os resíduos da cana-de-açúcar no Brasil como um exemplo da aplicação dos incentivos citados.
(CarbonoBrasil, 22/05/06)
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