Saneamento para Todos é lançado
2006-05-23
Em discurso na cerimônia de assinatura de convênio do programa
Saneamento para Todos - que permitirá o uso de R$ 1,33 bilhão em
financiamento para obras de saneamento -, o presidente Lula criticou a
legislação eleitoral brasileira, pois ela proíbe a liberação de recursos
a partir de 30 de junho, em razão do ano eleitoral. Segundo ele, essa
restrição faz com que muitas vezes o dinheiro acabe "mofando", enquanto
a população fica sem obra.
"Por conta da eleição, a partir de julho a gente não pode fazer nenhum
convênio. Se tiver dinheiro disponibilizado, vai ficar mofando, e a
gente não vai poder assinar convênio com nenhuma prefeitura, porque a
lei no Brasil proíbe, lamentavelmente, a cada seis meses das eleições,
de se fazer alguma coisa", argumentou. Lula lembrou que o maior
prejudicado dessa restrição imposta pela legislação é a própria
sociedade brasileira, que fica sem a obra. Conforme o presidente, "é um
atraso na mentalidade política no país essa criação de dificuldade para
que se possa liberar recursos". Ele apontou que ainda há dinheiro, além
do que foi liberado (para 11 estados, inclusive o RS, mais o DF), para
que prefeitos e governadores apresentem projetos. O Ministério das
Cidades prevê R$ 3,5 bilhões para 2006. Lula defendeu que todos os que
tenham projetos prontos e qualificados os apresentem. "Um bom projeto é
80% do caminho andado", argumentou.
O presidente cobrou pressa na liberação de verbas e criticou os
prefeitos que não recebem dinheiro para saneamento por falta de projetos
adequados. Lula disse que o país já realizou grande avanço, acabando com
a chamada "fila burra", mas pediu que os prefeitos se apressem para
apresentar projetos até 30 de junho, prazo limite para liberação de
dinheiro em ano eleitoral.
(CP, 23/05/06)