Mato Grosso deve atrair pelo menos R$ 408,127 milhões de investimentos em projetos de geração de créditos de carbono nos próximos 2 anos. A previsão inclui empreendimentos nas áreas de bovinocultura, suinocultura e biomassa, apontados como grandes filões desse mercado no Estado. O chamariz dos créditos vem atraindo investidores estrangeiros de olho no Protocolo de Kyoto e na rentabilidade daquilo que se consolida como forte commodity na economia mundial.
A maior parcela do montante é oriundo de projetos de instalação de biodigestores em granjas de suinocultura no Estado. De acordo com o presidente da Associação de Suinocultores de Mato Grosso (Acrismat), Raulino Teixeira, a perspectiva é que no curto prazo praticamente todos os produtores com plantéis acima de 500 matrizes façam a adesão aos projetos de MDL (Modelo de Desenvolvimento Limpo). Isso significa praticamente 100 suinocultores ingressando no mercado de créditos de carbono.
O investimento médio é de R$ 300 mil por empreendimento, resultando em R$ 30 milhões do bolo total de R$ 408,127 milhões que deverão ser aplicados no mercado. Outro grande potencial é a bovinocultura, com Mato Grosso se destacando no cenário mundial como detentor do maior rebanho no Brasil, superior a 26 milhões de cabeças.
O sócio do Instituto Ecológica, Stefano Merlin, prevê a formalização de pelo menos 15 projetos na área de bovinos ao ano no Estado, movimentando R$ 8,127 milhões nos próximos 2 anos. O foco são fazendas que utilizam o sistema de confinamento. A Ecológica é uma das principais empresas de assessoria em MDL e investimentos em crédito de carbono que atua no Brasil. A empresa firmou no início do mês parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) para a criação do Centro Carbono, que irá estimular a criação de projetos na área.
A Gazeta, 22/05/06.
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