(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
hidrelétrica três gargantas
2006-05-22
Orgulho do governo comunista e pesadelo de ecologistas e camponeses removidos, a maior represa do mundo foi finalizada no sábado (20/05) em Três Gargantas, o titânico projeto que vai entrar em funcionamento em 2008. Os números são gigantescos. Só os camponeses desapropriados e removidos da região inundada são 1,3 milhão. Foram 100 operários mortos durante a épica construção e 200 mil metros cúbicos de águas residuais serão acumuladas no reservatório.

O dique deverá acabar com as milenares cheias do rio Yang Tse. Os 2.309 metros de extensão e 185 de altura, perto da represa de Xiling (província central de Hubei) tiram de Itaipu, no Brasil, o título de maior dique do mundo. A propaganda comunista compara a obra com a Grande Muralha.

O projeto das Três Gargantas passou por cinco gerações de líderes chineses. Sun Yat-Sen, fundador da República, em 1911, sonhou com a construção. Mao Tsé-Tung, criador da República Popular, em 1949, fez dele sua ambição. E Deng Xiaoping, o "engenheiro" da abertura chinesa, negociou as obras. Aprovado pelo Legislativo chinês em 1992, começou a ser construído em 1993, sob o mandato de Jiang Zemin. Mas é a quarta geração de líderes comunistas, com Hu Jintao à frente, que deverá inaugurar o projeto.

O encerramento das obras neste sábado, com a última camada dos 28 milhões de metros cúbicos de cimento, anuncia que o projeto ficará pronto um ano antes do previsto, em 2008. Com um pouco de sorte, antes dos Jogos Olímpicos de Pequim. A represa significa uma conquista histórica: controlar as periódicas cheias do Yang Tse, o rio mais longo da China, com 6.380 quilômetros, terceiro do mundo depois do Amazonas e do Nilo. Durante milênios, suas águas têm inundado as margens, e agora serão retidas para gerar energia.

Atualmente, 12 dos 26 geradores da represa estão em funcionamento. Os outros serão instalados nos próximos dois anos. Em 2008, a previsão é de gerar 84,7 bilhões de quilowatts-hora por ano, reduzindo o déficit energético das cidades do leste do país, as mais ricas. O orçamento é, segundo Pequim, de US$ 22,5 bilhões; segundo analistas estrangeiros, US$ 50 bilhões, informou a agência oficial Xinhua.

O dique foi projetado para "resistir a desastres naturais", como terremotos de até 7 graus na escala Richter, e "ataques terroristas", disse Cao Guangjing, subdiretor da China Yangtze River Three Gorges Project Development Corp. (empresa construtora) ao jornal China Daily. Mas os ecologistas não estão convencidos. "Não acho que o dique esteja pronto", declarou Dai Qing, uma ambientalista que estuda o projeto desde os anos 80.

"Em 1980, o Departamento de Transportes se opôs, porque a represa bloquearia o transporte fluvial no Yang Tse. Mas negociou com o Governo de Deng Xiaping a construção de um elevador para embarcações e cinco comportas. Quatorze anos depois, as obras não saíram do papel", explicou.

Portanto, "os navios têm que esperar até três horas para prosseguir seu curso. Prometeram que seriam 14 minutos de espera. Às vezes há 500 navios esperando", continua Dai. Segundo Dai, o pior será o impacto ecológico. "Vai ser terrível. A imprensa é controlada pela propaganda", critica. A boa qualidade do cimento "é mentira", a água vai provocar "desastres geológicos, erosão e infiltrações", prevê Dai. Ela dá como exemplo o que já aconteceu em outra represa do Rio Amarelo, onde a sedimentação passou para o reservatório e envenenou a água.

Segundo a imprensa, a construtora investiu US$ 2,5 milhões na construção de um navio de limpeza de dejetos, "o maior de seu tipo na China". E o governo vai gastar anualmente US$ 1,25 milhão para limpar os até 200 mil metros cúbicos de águas residuais que se acumulam no reservatório em período de cheias.
(AP, 20/05/06)
http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2006/mai/20/20.htm

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -