Aconteceu neste domingo (21/5), em Santarém, a Caminhada pela Floresta em Pé, organizada pela Frente de Defesa da Amazônia, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Grupo de Trabalho Amazônico e Greenpeace. O evento reuniu mais de 1500 trabalhadores rurais, sindicalistas, estudantes, moradores de comunidades rurais, religiosos e cidadãos em geral para um protesto pacífico contra a ocupação predatória da Amazônia realizada pela monocultura da soja.
O evento teve seu ponto de concentração em frente ao Mercadão 2000, principal referência da produção familiar em Santarém de onde seguiu até o porto da multinacional norte-americana Cargill, principal financiadora e compradora de soja na região.
O movimento já tinha sido programado pelos movimentos sociais locais, e em função do acontecido da sexta-feira, quando ativistas da organização tentaram impedir o carregamento da soja em uma balsa no porto da Cargill e foram agredidos por funcionários da empresa e por sojeiros que alugaram barcos e tentaram invadir o Navio do Greenpeace, a manifestação se tornou também um apoio público da sociedade civil organizada ao trabalho da entidade em Santarém.
Durante o trajeto da caminhada não faltaram provocações por parte dos sojeiros, que colocaram suas caminhonetes em pontos estratégicos para “observar a manifestação”. Ovos foram jogados no carro de som, e pessoas foram vistas no meio do povo proferindo palavras provocativas. A polícia militar colocou dezenas de homens armados principalmente em frente ao prédio da Cargill, mas do que em todo o percurso da caminhada. Foram feitos cordões de isolamento e impedida a passagem de carros. Apesar disso, em vários momentos grupos de sojeiros tentavam entrar no meio do povo.
Mas a passeata foi marcada pela paz e alegria. Das janelas de suas casas, moradores aplaudiam a manifestação e colocavam faixas e panos brancos pedindo paz na cidade, paz na floresta.
O debate sai ganhando
Um dos principais resultados da Caminhada foi a adesão de cada vez mais pessoas ao movimento pela floresta em pé e em favor de um desenvolvimento justo para a região. Setores antes vistos totalmente contra as opiniões dos movimentos sociais agora demonstram estarem divididos. O assunto é cada vez mais debatido entre os cidadãos e daqui para frente, espera-se menos violência e maior qualidade dos debates. A sociedade civil organizada deu o exemplo. E a pressão pública agora deve partir não apenas para cobrar que a justiça se cumpra com a já condenada Cargill, mas também que ela pague o preço dos prejuízos sociais e ambientais que vem causando na região.
(Informações do blog
Amazônia Viva)