Governo estuda implantar conceito de geração multicombustível em termelétricas
2006-05-22
O governo pretende adotar o conceito de termelétrica multicombustível para geração de energia. A medida, que está em testes pela Petrobras, e foi anunciada na quinta-feira, 18 de maio, envolve a produção por meio de álcool etanol e gás liquefeito de petróleo (GLP), além do óleo diesel, que já é adotado por usinas bicombustíveis. Está previsto ainda o uso do gás natural liquefeito diretamente na térmica. A decisão, anunciada após reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética, foi debatida no âmbito da segurança energética, com foco na redução da dependência de combustíveis importados, como o diesel e o gás natural - pivô de uma crise entre Brasil e Bolívia. A reunião do CNPE contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli de Azevedo, a proposta é permitir a geração por meio de uma destas fontes numa eventual emergência. Segundo ele, a decisão abre alternativa adicional de mercado para os produtores de cana. O uso do etanol nas térmicas, porém, não será obrigatório. "Com relação ao álcool substituindo o gás, não se trata de nenhuma obrigatoriedade. Trata-se de uma tecnologia possível, é uma alternativa adicional", disse o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que também participou da reunião.
Ainda de acordo com Gabrielli, a estatal ainda está realizando ajustes na turbina, antes de iniciar, em setembro, a fase de testes. A térmica escolhida para o ensaio, disse, será a térmica Barbosa Lima Sobrinho, antiga Eletrobolt, após ajustes. O presidente da Petrobras, entretanto, afirmou que ainda é cedo para estimar preços para a geração através do álcool ou volume substituído de energia. "Estimar o volume de álcool que vai ser queimado não é possível agora, este álcool apenas substitui aquilo que seria gás - e que depende da hidrologia", salientou.
Entre outras medidas anunciadas pelo CNPE está a adição de Gabrielli contou ainda que a estatal vai antecipar em dois anos a produção de gás natural (de 2010 para 2008) a produção de gás natural na Bacia do Espírito Santo. A iniciativa resultará num volume diária adicional de 24,2 milhões de metros cúbicos por dia. Além disso, a Petrobras concluiu testes que envolvem a adição de óleos vegetais no diesel, diretamente na refinaria. O programa de biodiesel, segundo Gabrielli, não será afetado com o projeto.
(Canal Energia, 19/05/06)