Santa Maria pode precisar de carros-pipa
2006-05-19
O volume cada vez menor de água na barragem do DNOS, responsável pelo
abastecimento de 37% da população de Santa Maria, está preocupando não só os
moradores, mas também as autoridades que tratam de situações de emergência. A
Defesa Civil já entrou em contato com o Exército e com a Base Aérea para garantir
o empréstimo de carros-pipa. Os veículos são para garantir que não falte água
em hospitais e escolas se o racionamento for decretado pela Companhia
Riograndense de Saneamento (Corsan).
Segundo o coordenador da Defesa Civil em Santa Maria, o tenente-coronel Valter
Algerick, a idéia é estar com tudo preparado em caso de a barragem entregar os
pontos. Ontem (18/05/06), Algerick visitou o local junto com o superintendente
regional da Corsan, Elias Pacheco, e os vereadores Cláudio Rosa (PMDB) e Luiz
Carlos Fort (PT), que integram a Comissão de Desenvolvimento Econômico e
Serviços Públicos da Câmara.
A barragem está 8m55cm abaixo do nível normal, o que significa menos de 2m de
água aproveitável.
De acordo com Algerick, a Corsan tem tomado todas as providências para evitar o
racionamento, inclusive aumentando o número de bombas que puxam água da barragem
Saturnino de Brito, por onde passa a água que vem de Val de Serra. Porém, o
coordenador da Defesa Civil afirma que, como a situação do reservatório do DNOS
está cada vez pior, se não chover forte sobre o local dentro de 15 dias, não
haverá água suficiente para o abastecimento da cidade. Isso porque as bombas
devem entrar em funcionamento só no dia 16 de junho, não dando tempo de evitar o
racionamento.
- A Corsan está monitorando a situação e qualquer decisão quanto ao racionamento
depende dela. Esse é um momento em que as pessoas não devem se alarmar e sim
economizar a água que ainda está disponível - recomenda Algerick.
Já a Corsan continua descartando a possibilidade de racionamento.
- É ótimo já estar tudo pronto para uma eventualidade, mas não estamos pensando
em racionamento, a não ser que haja algum problema eventual, como um rompimento
de tubulação, ou algo mais grave - afirma Elias Pacheco.
Câmara vai fazer audiência para discutir medidas
A situação das barragens preocupou tanto que os vereadores decidiram realizar
uma audiência pública, no dia 31, no plenário da Câmara, para discutir os
investimentos necessários para resolver o problema da escassez da água.
(Diário de Santa Maria, 19/05/06)