Ibama defende decisão da Justiça sobre Belo Monte
2006-05-19
A gerente executivo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Pará, Marcílio Monteiro, disse quarta-feira (17)que foi “correta e oportuna” a decisão do juiz federal de Altamira, Herculano Nacif, autorizando os procedimentos preliminares necessários à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu.
“Foi o Ibama quem pediu ao juiz para que os estudos comecem, porque não se pode ficar eternamente dizendo que a usina vai provocar este ou aquele tipo de impacto ou mesmo que nada disso irá ocorrer, se de fato não se fizer uma ampla discussão com toda a sociedade do oeste paraense”, explicou Monteiro. Agora, segundo ele, a sociedade poderá conhecer melhor o projeto, seja para aprová-lo ou rejeitá-lo. O que não se pode é simplesmente “evitar que o estudo seja feito”, como vinha ocorrendo.
Para Monteiro, a simples posição contrária à construção da usina compromete a riqueza do debate ensejado pela sentença de Nacif. “A decisão do juiz, de forma alguma, significa que a hidrelétrica deva ter suas obras iniciadas, como acreditam os defensores da idéia”. Agora, a questão entra mais no terreno técnico e menos no plano ideológico.
A Eletronorte e a Eletrobrás não quiseram se manifestar sobre a decisão do juiz. Seus diretores entendem que se não houver novo recurso judicial surgirá a possibilidade de os estudos começarem ainda no decorrer do segundo semestre. Entre os dirigentes das duas estatais só há uma certeza: a construção da hidrelétrica é uma necessidade imperiosa do país. De acordo com previsões de especialistas da questão energética nacional, se Belo Monte não for construída logo, a partir de 2010 o País corre o risco de enfrentar um apagão.
(O Liberal, 18/05/06)