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2006-05-18
Por Maílson da Nóbrega*
Os recentes atos de vandalismo na estação de pesquisas da Aracruz no Rio Grande do Sul assemelham-se ao movimento de artesãos ingleses que, no século XIX, protestavam contra a substituição do trabalho por máquinas têxteis. Mascarados, eles as destruíam à noite. Seus manifestos eram assinados por um misterioso King Ludd. Daí o nome ludita, que hoje designa quem se opõe a novas tecnologias.

Os nossos luditas se deixam filmar e fotografar. Orgulham-se de prejudicar o agronegócio e a expansão das florestas que alimentam a indústria de celulose. Jaime Amorim, do MST, criticou o choro da pesquisadora que perdeu anos de trabalho. ”Se fosse uma pesquisadora séra não teria se vendido à multinacionais.”

João Pedro Stédile disse que suas companheiras da Via Campesina “estão de parabéns pelo ato de chamar a atenção da sociedade”. E declarou que a indústria de celulose gera ”desertos verdes ” com o eucalipto. Numa demonstração sesquipedal de ignorância, afirmou que as multinacionais estão aqui porque podem degradar o meio-ambiente, o que estariam proibidas de fazer em seus países.

As multinacionais não buscam o hemisfério sul por esse motivo. O Brasil virou o país mais competitivo em celulose de fibra curta extraída do eucalipto devido a condições inigualáveis de regime de chuvas, de insolação e de características do solo. Nossos pesquisadores conseguiram selecionar matrizes de alto conteúdo de celulose e rápido crescimento.

Adicionalmente, o Brasil cresceu de importância porque a internet e a tecnologia de informação descortinaram um novo mundo para a celulose de fibra curta. Antes, a informação precisava ser essencialmente transportada em papel, o que exigia material de maior resistência. A fibra longa era a mais apropriada. Agora, quando impressa, a informação é gerada ao lado do computador. Aumentou o consumo de papel com boa absorção de tinta e toner. A fibra curta é a adequada e o país tende a ser o maior produtor mundial de celulose (hoje é o quinto).

Ao contrário do que diz o ludista Stédile, as multinacionais e as empresas nacionais (entre as quais a Aracruz) não estão aqui para se livrar do controle ambiental. As regras são tão rigorosas quanto lá fora. E se não fossem, empresas que atuam em vários países não podem ter normas distintas. Além de ser custoso operar diferentes procedimentos em relação ao meio-ambiente, estariam conspirando contra si mesmas.

O “deserto verde” de que fala Stédile é uma fantasia. Quem visita as modernas plantações brasileiras de eucalipto constatará a mais avançada tecnologia de plantio, colheita e manejo. As florestas formadas na área da Mata Atlântica têm contribuído para restaurá-la e para preservar partes que sobreviveram à exploração destrutiva do passado. A ideologia e a ignorância continuam a ser má conselheiras do MST.
* Mailson da Nóbrega é ex-ministro da Fazenda e sócio da Tendências Consultoria Integrada. Artigo publicado originalmente na Revista Produtor Florestal nº 10, uma publicação da Aracruz Celulose.

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