Quem desperdiçar água em Caxias será multado
2006-05-18
O desperdício de água será proibido em Caxias do Sul. A partir da próxima semana,
lavar carro, calçada ou molhar jardim serão considerados atos infracionais.
Quem for flagrado será multado e correrá o risco de corte do abastecimento. No
Estado, 74 municípios estão em situação de emergência e outros oito racionam
água.
A medida drástica tomada pela prefeitura é o último recurso para evitar o
racionamento, pois mesmo com a seca o consumo da população tem sido semelhante
ao de anos anteriores. Se ela não funcionar, o próximo passo do Serviço Autônomo
Municipal de Água e Esgoto (Samae) será limitar o abastecimento, o que significa
horários sem água, desconforto para a população e muitas reclamações.
- Não é o que gostaríamos de fazer. Como conscientizar as pessoas de que elas
não podem desperdiçar água, principalmente em períodos de seca, não resolveu,
proibir é a solução - justifica o diretor-geral do Samae, Marcus Vinicius
Caberlon.
Ainda não foi definido o valor da multa nem como a punição será aplicada, mas
tudo deve estar decidido até a metade da semana que vem, quando a prefeitura
pretende publicar o decreto que legaliza a proibição do desperdício.
- Quem enxergar um vizinho cometendo desperdício, deve ligar para o Samae e
denunciar, que nós multaremos esse cidadão - sugere.
Barragens estão com os níveis muito baixos
Os níveis de água nas barragens estão cada vez mais baixos e já ultrapassaram os
limites registrados na seca de 2005. Na represa do Faxinal - responsável pelo
abastecimento de 65% da cidade - a altura da água está cinco metros abaixo do
normal pela primeira vez na história.
A represa Maestra que chegou a 7m2cm negativos no auge da estiagem de 2005 é a
principal preocupação do Samae este ano. O nível da água já baixou 7m51cm.
Apenas a barragem do Samuara tem apresentado índices positivos nas últimas
medições realizadas.
O diretor de Esgoto e Recursos Hídricos do Samae, César Casa, teme que a
situação piore, já os institutos de meteorologia não prevêem chuvas intensas nos
próximos meses. E essa seria a única maneira de as represas recuperarem as
perdas.
O controle da entrada e saída de água nas barragens será acompanhado ainda mais
de perto nos próximos 90 dias. Se a proibição do desperdício não surtir efeito,
e o esvaziamento das represas continuar, o racionamento será inevitável.
(ZH, 18/07/06)