Países escandinavos lideram movimento futuro com emissões zero de CO2
2006-05-17
Além de Kyoto, que prevê a redução de emissões de gases do efeito estufa na Europa em 8% até 2012, Estocolmo tem uma meta ainda mais desafiante. No ano de 2050, a capital sueca pretende ser 100% livre de combustíveis fósseis e, com isso; zerar as quase 3.500 quilotoneladas de CO2 que seus 750 mil habitantes produzem hoje. "A meta é dura, mas precisamos fazer isso para prever algumas conseqüências climáticas", afirma a prefeita da cidade, Viviann Gunnarsson, durante a conferência Um Futuro com emissões zero de CO2. Nos últimos dois anos, a cidade já investiu €41.8 milhões em 45 projetos climáticos.
Atualmente, 62% do sistema de aquecimento de Estocolmo vêm de biocombustíveis. A incineração do lixo gera energia elétrica e aquecimento e duas de suas usinas de energia são 100% renováveis. No setor de transportes, metrôs e trens circulam movidos à energia verde, 30 ônibus a biogás e 253 a etanol. A meta e aumentar em mais 130 ônibus a biogás e 132 a etanol até 2009; chegando assim à marca de 100% livre de combustíveis fósseis em 2020.
"Outro importante passo para que cidade alcance a meta é o uso de biocombustíveis", diz Viviann. Estocolmo é rodeada por canais e, para um melhor aproveitamento da estrutura natural, a prefeitura pretende investir em novos ferry-boats para transporte público movidos a energia limpa. Com relação ao uso de automóveis, em dezembro do ano passado, 50% dos carros utilizavam biogás ou etanol. O objetivo é que em 2010 todos sejam abastecidos com combustível verde. Para isso, Viviann já planeja a implantação de imposto por circulação de veículos no centro da cidade, medida já aplicada por muitas cidades grandes ao redor do mundo.
Eco-cidadãos
Porém não é apenas o governo que precisa investir para tornar uma cidade energeticamente limpa. Os cidadãos também precisam mudar seus hábitos. Pensando nisso, Estocolmo guia seus moradores para um estilo de vida sustentável; incentivando o menor uso de energia ou emprego de fontes renováveis e da eficiência energética.
O melhor exemplo de uma possível mudança de comportamento vem do projeto Consumo esperto com menos energia e emissões de carbono (Smart Consumption with less Energy and Carbon Emissions). Através do registro de todos os recibos de bens, serviços, eletricidade e combustível consumidos por 60 famílias, o uso de energia e a emissão de carbono de cada cidadão são calculados. Com esta informação em mãos, cada família recebe sugestões de como reduzir emissões vindas da energia direta e indireta consumidas, assim como são capazes de diminuir seus gastos.
Em março de 2007, depois de um ano do primeiro cálculo energético, uma nova medida de cada família será realizada e um novo «perfil energético» será feito. Assim será possível ver se cada família participante obteve sucesso na redução
do consumo de energia, assim como nas emissões de carbono.
(CarbonoBrasil, 16/05/06)
http://www.ambientebrasil.com.br/rss/ler.php?id=24718