Comissão fará sindicância financeira na Coolméia
2006-05-17
Enfrentando uma crise econômica e administrativa, a cooperativa ecológica
Coolméia – referência internacional em agroecologia – vai passar por uma
sindicância interna. Uma comissão de cinco cooperativados fará uma auditoria
contábil nas dívidas da entidade, que há 28 anos trabalha com a venda de
produtos orgânicos. "Queremos estabelecer, em até seis meses, a responsabilidade
jurídica dos responsáveis pela grave situação que estamos passando", explicou
Danilo Paiva, que faz parte do grupo.
Em fevereiro, a Coolméia trocou de sede, saindo da avenida José Bonifácio –
onde funcionava uma loja e um restaurante – para sala na Osvaldo Aranha. O novo
local sofreu dois assaltos seguidos: foram levados gêneros alimentícios, uma
balança digital e o cofre dos escritórios foi revirado. "É possível que documentos
tenham sumido, mas ainda não sabemos", revelou Paiva.
O último furto ocorreu na noite de 22 de abril, mesmo dia em que foi criada a
comissão de sindicância, após a realização de uma assembléia. No encontro, seriam
apresentados o balanço financeiro da cooperativa em 2005 e o relatório da gestão
do então presidente João Carlos Mendonça. Contudo, Mendonça não esteve na
assembléia e não apareceu mais no escritório da Coolméia.
Os cooperativados decidiram por fechar a sede temporariamente. Mesmo assim, as
feiras ecológicas da entidade no Menino Deus (nas tardes de quarta-feira e ao
sábado pela manhã) e na José Bonifácio (nas manhãs de sábado) continuam vendendo
alimentos orgânicos, cultivados sem o uso de agrotóxicos.
Segundo Paiva, uma campanha de arrecadação de doações deve ser lançada. "Estamos
estudando a organização de um SOS Coolméia para podermos saldar as dívidas com
nossos credores", afirmou. No último baçanço, a entidade contava com 850 cooperativados
ativos.
(JC, 17/05/06)