Fogo destrói Mata Atlântica em Canelinha/SC
2006-05-17
Pode ser criminoso o incêndio que está fora de controle no Morro da Pipa, em Canelinha, no Vale do Rio Tijucas. O fogo começou domingo à tarde e, até a tarde de ontem, havia destruído 10 hectares de mata atlântica, o equivalente a 15 campos de futebol.
Segundo o secretário de Obras, Carlos Alberto Voltolini, todas as atenções estão voltadas, desde a tarde de ontem, para o manancial que abastece a cidade. Ele estava a menos de 500 metros do fogo, no Bairro Galera. Ainda não foi emitido alerta para o racionamento entre os 10 mil habitantes do município.
Com 530 metros de altura, o local é referência na prática de esportes radicais como o parapente. Com acesso íngreme, foi descartada a possibilidade do Corpo de Bombeiros chegar até o local com as mangueiras para apagar o incêndio. Os trabalhos estão sendo realizados pela corporação de Tijucas, em parceria com a Polícia Ambiental. Toda a tentativa de controlar o fogo é feita só com batedores de borracha.
- Não temos como controlar o fogo que se alastra rapidamente. Penhascos deixam a passagem bloqueada - afirmou o soldado Ivo Silva, que calculou que o fogo pode chegar no manancial hoje cedo.
Município precisa de uma aeronave para conter fogo
A prefeitura fez o registro da ocorrência na delegacia. O Estado também foi comunicado da falta de estrutura para combater as labaredas.
- Para o estrago não ser maior precisamos de uma aeronave. Somente assim vai ser possível jogar água no local - adiantou o secretário, que esperava ontem um retorno do governo do Estado.
Ele destaca que o manancial, em período de estiagem, também abastece São João Batista, que conta com mais de 20 mil habitantes. Morador da localidade, José Feltz acredita no descaso dos visitantes com o local de área de preservação.
- Acredito que foi cigarro. Sempre encontro pontas. E muita gente freqüenta o morro no fim de semana. A falta de chuvas ajudou para que ocorresse esta tragédia.
Contraponto
O Secretário de Desenvolvimento Regional, Jair Sebastião Amorim, destaca que a Defesa Civil já foi acionada para analisar a situação.
Um especialista vai até o local avaliar o estrago provocado pelo incêndio.
- Somente este profissional vai saber identificar se é preciso realmente descolar uma aeronave até o local para combater o incêndio - disse.
(Diário Catarinense, 16/05/06)