Vulcão Merapi causa retirada de população na Indonésia
2006-05-16
Rios de lava saíram do vulcão indonésio Merapi na manhã desta terça-feira (16/05), mas as nuvens tóxicas diminuíram pela metade, informou a agência de notícias local Antara. A lava não alcançou nenhuma área habitada da montanha,
considerada sagrada por muitos moradores da região. Dezenas de pessoas mantiveram sua rotina, ignorando a ordem
de retirada e a persistente chuva de cinzas que atinge as aldeias da região nos últimos dias.
Os habitantes que continuam nas encostas do Merapi organizaram orações e oferendas coletivas ao vulcão para
aplacar sua ira, em vez de se dirigirem aos campos de refugiados habilitados pelo governo. Garibaldi Sujatmiko, um
porta-voz presidencial, anunciou que o presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, vai à região nos próximos
dias para tentar convencer os moradores a descer da montanha.
Alerta
O Merapi está em alerta máximo desde sábado (13/05). Vulcanólogos temem que a emissão de fluxos piroclásticos letais
--uma mistura de gases, pó e fragmentos de lava incandescente. No entanto, é impossível prever se isso vai acontecer.
Durante a erupção de 1994, mais de 50 pessoas morreram, vítimas de nuvens vulcânicas tórridas, que atingiram
temperaturas acima de mil graus centígrados.
O Merapi, de 2.911 metros de altitude, está situado no centro da ilha de Java e é um dos vulcões indonésios mais
jovens. Especialistas consideram normal que haja erupções menores a cada dois ou três anos e uma de grande porte a
cada dez ou 15 anos. Desde 1548, o vulcão entrou em erupção 70 vezes. A pior delas foi em 1930, quando morreram
mais de 1.300 pessoas.
(EFE, 16/05/06)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u95963.shtml