Municípios discutem ações para melhorar a Bacia do Rio dos Sinos
2006-05-16
Municípios da região estiveram reunidos ontem (15/05) para debater a situação
da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos. Uma série de problemas foi apresentada
pelo diretor técnico da Fepam, Jackson Müller, que vão desde o uso abusivo da
água à poluição que é encontrada. Entre as soluções, foram propostas melhorias
– tanto de economia de água, combate ao desmatamento e redução da poluição – a
serem executadas em conjunto entre os 32 municípios abrangidos pela bacia. O
encontro foi realizado em parceria pelo Grupo Pensando Novo Hamburgo e Câmara
de Dirigentes Lojistas de Novo Hamburgo (CDL), que sediou o evento. Para o final
do semestre, está programada uma viagem de barco pelo rio com representantes
dos municípios, desde Caraá (município vizinho a Santo Antônio da Patrulha) até
Canoas.
Na apuração dos problemas encontrados no Sinos, Müller apresentou graves
situações. Uma delas está no volume de água utilizado por produtores de arroz
na região, principalmente em Santo Antônio da Patrulha. “Estão sendo usados
muitos litros de água dos Sinos. Para se ter uma idéia, para um quilo de arroz
são necessários 1,9 mil litros de água”, aponta Müller. O grande consumo nas
lavouras acaba prejudicando o abastecimento.
Outro problema relatado foi o lixo encontrado no Sinos. Segundo Müller, em
vários pontos do leito são encontrados grandes volumes de dejetos. A 300 metros
do ponto de captação de água pela Companhia Municipal de Saneamento (Comusa),
por exemplo, a Fepam encontrou cães e porcos mortos. O presidente do Grupo
Pensando Novo Hamburgo, Plácido Crescente, destaca que o encontro teve um
resultado positivo. “Foi mostrado o que as cidades enfrentam e o que estão
fazendo. Bom que os municípios, pelo menos, estão vendo a situação”, coloca.
SOLUÇÕES - Para Müller, a solução de problemas passa pela identificação de
particularidades de todos os municípios. “A realidade de Caraá, cidade voltada
à agricultura, e de Novo Hamburgo, com todo seu potencial industrial, são
diferentes”, frisa. O diretor técnico aponta que, entretanto, muitos fatores
podem ser melhorados por cada município, como a recuperação da mata ciliar. “É
necessário um novo modelo de gerenciamento para o Rio dos Sinos”, reforça.
Os municípios apresentaram situações particulares. Cidades como Caraá, e Taquara
apontaram a necessidade de ajuda financeira externa para implantação de
projetos e agilidade em trâmites que envolvem licenças. O prefeito de Sapiranga,
Joaquim Portal (PP), salientou que as ações devem ser realizadas em conjunto.
“Não adianta um município fazer e o outro ficar parado”, apontou. Um projeto
está sendo licitado para realizar tratamento do esgoto do município. Em um
primeiro momento, os dois principais bairros de Sapiranga, São Luiz e Centro,
serão atendidos. Ambas as comunidades representam 45% das residências da cidade.
A obra está orçada em mais de R$ 8,3 milhões. Após, demais bairros deverão ser
atendidos, fazendo com que o município tenha 100% do esgoto tratado. Também
participaram do encontro representantes de Novo Hamburgo, Campo Bom, Esteio,
Nova Hartz, Parobé, Rolante, Santo Antônio da Patrulha, São Leopoldo.
(Jornal NH, 16/05/06)