Governo lança hoje licitação para hidrovia
2006-05-16
Os próximos 45 dias serão decisivos para o futuro do antigo projeto de ligar
Porto Alegre a Guaíba por meio de uma hidrovia. A publicação do edital de
licitação para implantar o serviço, hoje (16/05), no Diário Oficial do Estado,
precisa agora contar com o interesse da iniciativa privada para que a idéia se
transforme em realidade.
A iniciativa traz como vantagens para o usuário a possibilidade de cruzar o
Guaíba em no máximo 40 minutos (os ônibus levam 45 minutos, em média), sem a
ameaça de engarrafamentos e com a opção de usar um sistema integrado com
trensurb e linhas intermunicipais de transporte coletivo. O preço seria
limitado pelo valor médio das passagens de ônibus, podendo ficar entre R$ 2,50
e R$ 3,40.
Há décadas, a intenção de criar uma rota náutica entre as duas cidades estimula
a elaboração de projetos e sonhos. No começo da década passada, conforme o
diretor-superintendente da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e
Regional (Metroplan), Nelson Lídio Nunes, um contrato chegou a ser assinado com
uma empresa, mas não vingou por razões como a deficiência de infra-estrutura
das embarcações e o valor elevado da tarifa proposta.
Nunes confia em um projeto mais bem acabado, incluindo exigências mínimas de
barcos com capacidade para mais de 90 passageiros. Com a participação do governo
do Estado na construção ou adaptação dos terminais de passageiros e dos
atracadouros na região central dos dois municípios, a hidrovia finalmente
poderia deslanchar.
- Na audiência pública, há alguns meses, compareceram representantes de 12
empresas. Depois disso, cinco delas mantiveram contatos mais objetivos,
buscando informações sobre o projeto. Mas é a partir da publicação do edital
que poderemos ter uma idéia mais precisa sobre o interesse dos investidores -
afirma Nunes.
Previsão é que linha comece a funcionar em novembro
Das cinco empresas, duas seriam gaúchas, e as outras três, de fora do Estado -
incluindo a operadora da linha Rio-Niterói. Por meio da assessoria de imprensa,
a fluminense Barcas SA negou ontem (15/05) a ZH o interesse em assumir a hidrovia
gaúcha. A Metroplan não dispõe do valor que é necessário investir para implantar
o serviço.
- Depende do tipo de barco que a empresa escolher, se já conta com as
embarcações ou vai precisar construí-las, varia muito - diz Nunes.
Se houver interessados, a empresa que acenar com o menor custo de tarifa poderia
lançar a linha fluvial em novembro deste ano. Se o projeto naufragar, seria
preciso republicar o edital até atrair a atenção da iniciativa privada. A
Metroplan conta ainda com a possibilidade de integrar a hidrovia a outros modos
de transporte como as linhas intermunicipais de ônibus e o trensurb.
- Achamos a idéia ótima e esperamos estar integrados já quando o serviço entrar
em operação. Assim, poderíamos vender as passagens para as barcas em nossas
estações - confirma o diretor-presidente da Trensurb, Marco Arildo Prates da
Cunha.
(ZH, 16/05/06)