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2006-05-16
O Comitê Executivo de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo da Organização das Nações Unidas (ONU), certificou, no final de abril, a usina de co-geração de biomassa, situada em Lages, como o único empreendimento catarinense capacitado a negociar os créditos de carbono oriundos da transformação de resíduos de madeira para a produção de energia elétrica.

O empreendimento, controlado pela Tractebel Energia, gera 28 megawatts de energia. A liberação das vendas desses créditos foi oficializada pelo Protocolo de Kyoto. O acordo feito entre os países industrializados começou a vigorar no ano passado e avaliza as nações, que possuem empreendimentos com projetos que reduzem o impacto ambiental causado pela emissão de gás carbônico (CO2), a comercializarem esse recurso. Cada crédito é credenciado por uma Redução Certificada de Emissões (RCE).

Eles são ofertados numa bolsa mundial. Atualmente uma RCE custa US$ 15. Esse valor cai para US$ 5 em negociações de vendas futuras. Essa moeda é comercializada para países desenvolvidos que possuem metas de redução de poluentes.

O Brasil possui 40 empreendimentos regularizados a fazer esse tipo de operação. A maioria produz energia através do bagaço da cana de açúcar. A usina de Lages é a única do país que opera com resíduos de madeira a participar dessa atividade e a primeira do grupo Suez, que controla a Tractebel, a ser registra como projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).

O gerente da área de desenvolvimento de negócio da empresa, Carlos Gothe, disse que a unidade de Lages pode comercializar o volume de créditos de carbono referente às 220 mil toneladas de CO2 que deixam de ir para atmosfera por ano.

O presidente da Tractebel Energia Manoel Zaroni ressaltou que o Brasil tem um enorme potencial energético a ser explorado, principalmente na área de biomassa, que além de gerar esses créditos, também é positivamente ecológico.

Saiba mais
A Usina de Co-geração de Lages produz 28 megawatts de energia que é oriunda de 33 mil toneladas de resíduos da madeira. Essa matéria-prima é proveniente de madeireiras da região serrana.

A Tractebel, empresa que administra a usina, foi credenciada ao Comitê Executivo de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo da ONU para negociar os créditos de carbonos oriundos da redução da emissão de gás carbônico.

Com isso, a empresa terá direito em obter recursos da venda de 220 mil créditos, que são avaliados pela Redução Certificada de Emissões (RCE). Essa moeda é avaliada em US$ 15.

O Protocolo de Kyoto foi um acordo de não poluição firmado entre países desenvolvidos e em desenvolvimento para que fossem reduzidos, até 2012, 5% da emissão de gases poluentes na atmosfera, que são responsáveis pelo aquecimento global da terra.

A negociação de créditos foi a forma encontrada para estimular os países a criarem projetos com esse objetivo.

O Brasil faz parte do grupo de países sem o compromisso de reduzir os gases, mas as empresas podem assumir essa causa e obter os créditos de carbono para vender aos países que têm a exigência de reduzir a poluição.
(ZH, 14/6)

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