Começou a ser utilizado na última sexta-feira (12/05), em caráter experimental, um produto especial desenvolvido por laboratórios americanos e ingleses que pode ajudar a combater as pichações nos monumentos da cidade. Os testes fazem parte do projeto SOS Monumento, que fará a limpeza de 12 obras. Primeira a passar pela intervenção, a Coluna Israelita, na avenida Osvaldo Aranha, foi novamente higienizada ontem.

O obelisco acabou pichado menos de 15 horas depois da limpeza de dois dias, concluída na sexta-feira passada. O SOS Monumento realiza também um mapeamento das gangues de pichadores em cada região da cidade com o objetivo de responsabilizá-los pelos atos.

O novo produto, à base de água, com peso molecular adequado e pH neutro, cria uma película de proteção que facilita a remoção dos produtos em caso de novas pichações. Depois da aplicação, seu comportamento será observado em condições climáticas diversas. "O produto facilita a limpeza, tornando-a menos agressiva. Se nova limpeza for necessária, pode-se remover manchas com um pano e não mais com escovas, que acabam prejudicando a obra", disse a diretora-técnica do SOS Monumento, Alice Prati.

Além de combater as pichações, o objetivo é punir os responsáveis. Alice destaca que as grafias e os símbolos que sujam e danificam os monumentos darão origem a um mapa das gangues de pichadores da cidade por região. A intenção é identificar as marcas deixadas pelos vândalos e possibilitar a responsabilização criminal pelos atos, em caso de flagrante. "Queremos ver também as diferenças entre a pichação e o grafite. Muitas vezes as assinaturas que existem nos trabalhos de grafite são iguais aos símbolos de pichações", enfatizou. Segundo ela, a punição dos responsáveis depende muito da população, que deve denunciar os ataques.

O secretário municipal do Meio Ambiente, Beto Moesch, informou que sempre são efetuados registros da ocorrência policial e de pedido de abertura de inquérito criminal a cada novo ataque a monumento.
(CP, 13/05/06)