O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, disse que "é preciso isolar o conflito que existe com o Uruguai" porque há "uma relação que vai além da questão das fábricas" de celulose que motiva a controvérsia. "Nós damos a eles (ao Uruguai) luz e gás. Não fazemos o que o Brasil fez, que recentemente cortou o fornecimento por causa de um problema energético", disse Kirchner em entrevista publicada ontem pelo jornal La Nación.

Há uma semana, o Brasil decidiu cortar a venda de 70 megawatts ao Uruguai devido a sua demanda interna. Isto gerou um aumento do custo da produção de energia para o governo do presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, devido à falta de geração hidroelétrica.

"Temos uma relação que vai além", insistiu Kirchner, em alusão à controvérsia que mantém com o Uruguai pela instalação de duas fábricas de celulose na fronteira dos dois países. A Argentina entrou com uma ação no Tribunal Internacional de Haia para resolver o litígio que mantém há quase um ano. "Eu sou o presidente da Argentina. Tinha que intervir", argumentou Kirchner.
(EFE, 15/05/06)