A preocupação ambiental levou a prefeitura de Encantado a incentivar a instalação de um biodigestor em Linha Argola. Como objetivo, o destino correto e de baixo custo aos dejetos suínos. Cerca de 17 mil animais são alojados em unidades produtivas distribuídas na localidade. Com o biodigestor as esterqueiras não ficam mais abertas. Os dejetos vão para uma cavidade coberta por uma lona, que permite a fermentação e conseqüente produção de biogás, que, queimado, libera à atmosfera apenas o dióxido de carbono (CO2) - 21 vezes menos agressivo que o metano.

O projeto para a instalação do biodigestor vai abranger 30 produtores rurais, com tecnologia, acompanhamento técnico e gerenciamento das empresas Vale Ambiental e AgCert Soluções Ambientais. A AgCert é uma organização irlandesa de renome mundial na implantação de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Todo o projeto será executado sem custo para os produtores. Em contrapartida, estes fornecem o esterco por dez anos e a empresa recebe créditos de carbono pela queima. O mercado surgiu a partir do Protocolo de Kyoto, que implantou limites de emissão dos gases efeito estufa para os países industrializados. O acordo prevê a redução da emissão de gases que produzem o efeito estufa. Os créditos são certificados e autorizam o direito de poluir das empresas dos países desenvolvidos, mas estas assumem o pagamento de projetos MDL em países em desenvolvimento.

A Administração, através da Secretaria de Agricultura, realizou diversas reuniões com os produtores e visitas técnicas a propriedades rurais em Serafina Corrêa que utilizam biodigestores para aproveitamento dos dejetos suínos. Nas propriedades a energia produzida a partir dessa ação resulta em eletricidade, utilizada pelo produtor de diversas formas. A sobra do processo ainda pode ser aplicada como fertilizante. Segundo o titular da pasta, Júlio Medeiros, a instalação do biodigestor resolve um grave problema ambiental na localidade, que concentra grande número de produtores de suínos. O objetivo é transformar o esterco em energia e agregar maior rentabilidade às propriedades rurais.
(O Informativo do Vale, 15/05/06)