Paraná em alerta com risco extremo de incêndio
2006-05-15
O incêndio que consumiu cerca de 70% do Parque de Ilha Grande foi
controlado, mas o fogo ainda ameaça o Estado. No ano passado, entre 1.º e 4
de maio, foram registrados 25 incêndios ambientais, mas no mesmo
período deste ano já foram 238. De acordo com a Defesa Civil estadual, as
geadas e a falta de chuvas, aliadas à irresponsabilidade humana, são as
principais causas do problema. Em praticamente todo o Paraná existe o
risco extremo de incêndio.
Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) também
confirmam o problema. Desde o início do ano foram registrados 311 focos de
incêndio. Só 132 neste mês, principalmente no norte, noroeste e região
dos Campos Gerais. Esses dados fazem o Paraná permanecer em alerta:
quase todo o território está classificado pelo Corpo de Bombeiros como de
risco extremo.
No entanto, se a população fosse mais consciente, a situação não
chegaria a preocupar tanto. A maioria desses acidentes ambientais poderia ser
evitada. Quase que a totalidade tem causas humanas. É o agricultor que
resolveu limpar o terreno ou o vizinho de um terreno baldio que colocou
fogo, ou aquela pessoa que jogou à beira da estrada uma bituca de
cigarro ou uma garrafa de vidro. Sem falar nas pessoas que costumam soltar
balões.
As causas do incêndio no Parque Nacional de Ilha Grande, na divisa do
Paraná com o Mato Grosso do Sul, na semana passada, estão sendo
investigadas pelos órgãos ambientais. Mas presume-se que a causa seja humana. O
parque teve 70% da sua área queimada e junto com a vegetação também
foram destruídas outras formas de vida existentes na área. O banhado em
boa parte do terreno dificultou a ação dos bombeiros, pais em alguns
pontos chega a encobrir uma pessoa. O último incêndio que ocorreu naquela
área foi em 2003 e também provocou grandes estragos.
O Parque Estadual de Vila Velha teve mais sorte. O fogo que atingiu o
local, também na semana passada, logo foi controlado. Segundo o tenente
Pinheiro, a rápida ação da brigada de incêndio aliada às condições do
terreno e os aceros espalhados pelo parque ajudaram no controle das
chamas.
Em média, todos os anos são destruídos no Paraná entre 35 e 45 mil
hectares de área. O maior incêndio que ocorreu até hoje foi em 1963, quando
brigadas do Corpo de Bombeiros de todas as regiões tiveram que
trabalhar juntas. Naquele ano foram destruídos cerca de dois milhões de
hectares.
Para que a situação não se repita, o tenente apela para o bom senso das
pessoas, pois ainda não há previsão de chuva para o Estado. "As pessoas
acham que vão poder controlar o fogo, mas com o vento e o mato seco as
chamas se espalham rapidamente", comenta.
(Paraná-Online,
12/05/06)