AMBIENTALISTAS BAIANOS RECHAÇAM MULTINACIONAL DO PETRÓLEO
2001-10-02
A multinacional mexicana El Paso entrou no Centro de Recursos Ambientais (CRA) com um pedido para realizar testes sísmicos na costa ao largo da Baía de Camamu (BA), a fim de avaliar o potencial de gás e petróleo da área. Os prefeitos apóiam o projeto, mas empresários turísticos e ambientalistas vêem na situação uma ameaça ao meio ambiente. Os testes implicam em oito linhas de detonação com 600 explosões no mar, com ar comprimido, e 300 em terra, estas na península de Maraú e no bojo da Baía. Os defensores da exploração do gás dizem que o impacto ambiental será mínimo. Temos comunidades inteiras que crescem com renda distribuída. Todos ganham com o turismo, do carregador de bagagem ao pescador. A advogada Maria Pirajá exibe o certificado da Unesco que considera a área como reserva da biosfera, o que não tem sido considerado, e conta que primeiro surgiu a Coastal com uma equipe da Cema, empresa de consultoria em meio ambiente, que elaborou um relatório. Posteriormente chegaram dirigentes da El Paso, que ganhou o direito de explorar o bloco da área, chamado BAS-97. Na parte norte da Bacia de Camamu, a Petrobras, juntamente com a Galvão Queiroz e a Petroserv, só aguarda a construção de um gasoduto marítimo partindo mais ou menos da costa de Boipeba até o Pólo de Camaçari para iniciar a retirada de 600 mil metros cúbicos de gás por dia até 2010. O investimento inicial é de US$ 55 milhões. O assunto gera discussão, mas a polêmica não tem a mesma intensidade da Baía de Camamu. (A Tarde-1/10)