A Polícia Federal (PF) já identificou três quadrilhas especializadas no tráfico de urânio ao exterior, conforme reportagem da revista Isto É, deste final de semana. As investigações se iniciaram em julho de 2004, no interior do Amapá, quando os agentes federais apreenderam 18 sacas de um composto de urânio e tório, altamente radioativos, na carroceria de uma caminhonete.

Os policiais descobriram que a organização criminosa atuava tanto na comercialização e exportação clandestina do minério como na própria extração ilegal em jazidas dentro da floresta amazônica. As três quadrilhas mantinham suas bases em Macapá. Um dos grupos tinha, como testa-de-ferro, um empresário que comandava um pool de empresas do setor de mineração com autorização oficial para atuar na área de pesquisa de jazida de ouro, mas que exploraria e negociaria, na prática, o minério radioativo.

O esquema estendia-se até Brasília, para a obtenção de autorizações à pesquisa de minério. Um dos alvos foi o Departamento Nacional de Produção Mineral, que teve diretores afastados. Um procurador da República também teve o nome citado em ligações telefônicas. (CP, 14/5)