Pelo menos 400 pingüins são resgatados na Argentina após contaminação por petróleo
2006-05-12
O resgate e tratamento de cerca de 400 pingüins que chegaram cobertos de petróleo à costa sul da Argentina continuava nesta quinta-feira (11/05), sem que se saiba as causas do vazamento e do aumento da mortalidade das aves. Segundo o subsecretário do Meio Ambiente da província de Santa Cruz, Francisco Anglesio, "até o momento são 120 pingüins recuperados na reserva Cabo Vírgenes, e outras 70 aves morreram, já contaminadas pelo hidrocarboneto".
Anglesio disse que "apesar dos esforços, tanto do governo, das empresas que operam na região e dos especialistas, as causas da situação ainda não puderam ser determinadas". "A Subsecretaria do Meio Ambiente conclui as inspeções correspondentes para determinar se existia um vazamento de petróleo no Oceano Atlântico ou se havia uma denúncia de algum incidente de parte das empresas que exploram e exportam o hidrocarboneto na área, sem que ainda se tenha detectado a causa real da contaminação", explicou.
Os primeiros pingüins cobertos de petróleo apareceram no último dia 27 de abril na costa da Reserva Natural Cabo Vírgenes, a 2.700 quilômetros de Buenos Aires, lugar que abriga a segunda maior colônia de pingüins magalânicos do país, depois de Punta Tombo, na província vizinha de Chubut, e um dois principais atrativos turísticos da região. Na região, há uma grande quantidade de plataformas de extração petrolífera em alto mar.
Até o momento, as aves vêm sendo tratadas por especialistas no local, segundo explicou o coordenador local de áreas protegidas do Conselho Agrário Provincial, Jorge Perancho. Lá, os pingüins, que têm entre 70% e 75% do corpo coberto de petróleo, são hidratados e medicados com um complexo vitamínico para que recuperem seu peso, antes de serem lavados. "A limpeza começará dentro de uns 10 dias. Não podemos submeter as aves a esse procedimento antes porque o mesmo estresse poderia matá-las", explicou Perancho.
Dos 120 pingüins em tratamento, "cerca de 50% apresenta um quadro clínico comprometido", disse. Profissionais e especialistas da Universidade Nacional da Patagônia Austral e a Fundação Patagônia trabalham em um laboratório de emergência em Río Gallegos, capital de Santa Cruz, para assistir as aves até que se determinem as causas que deram origem à situação.
(EFE, 11/05/06)
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