O tempo seco e baixas temperaturas, com ocorrência de chuvas localizadas de fraca intensidade, variando de 1 a 7 mm, tem agravado a situação de abastecimento de água em vários municípios da região. Os mananciais açudes e rios estão com os níveis abaixo do normal, o que preocupa os agricultores para manutenção dos rebanhos e das culturas, em especial neste período as pastagens. Há necessidades de chuvas para repor os mananciais bem distribuídas em mais de 100 mm, conforme levantamento semanal do Escritório Regional da Emater/RS -Ascar Erechim no período de 2 a 9 de maio. Também neste período houve formação de geadas de fraca intensidade. Situação das culturas A colheita da soja, na região está praticamente encerrada, restando apenas áreas de cultivo tardio em resteva de milho e feijão. A produtividade varia devido a estiagem ou uso de tecnologias, com variação de 1.800 a 3.600 kg/ha.

O preço preocupa os agricultores, já que no mercado interno, esta muito abaixo da expectativa em virtude da desvalorização do dólar, o que traz dificuldades aos agricultores saldarem as dívidas de custeio e investimento. A colheita do milho na região de Erechim também está na fase final. Segundo a Emater/RS-Ascar, restam 3% que esta na fase de maturação ou pronto para colher, estando localizado em pequenas áreas dos agricultores familiares em áreas não mecanizadas. A produtividade média foi de 4.500 a 5.000 kg, com lavouras atingindo até 7.000 kg. Nas áreas de estiagem mais graves, as perdas foram acima de 52%, havendo grande número de solicitações de Proagro, como os municípios de Alpestre, Planalto, Ametista do Sul e Itatiba do Sul, que na região ultrapassou a 7.000 pedidos. O preço praticado pelo comércio esta abaixo das expectativas, dificultando o pagamento das dívidas assumidas de custeio. Os agricultores também prosseguem com a colheita do feijão safrinha, cuja área de plantio é de 5.500 hectares, e já tem 70% da área colhida. O restante está em 5% na formação de grãos e 25% pronto para colher. A produtividade média de 1.000 kg/ha está na expectativa inicial. Há preocupação quanto a baixas temperaturas que podem ocasionar perdas no restante da área a ser colhida.

Os preços estão caindo e comparado com o início da colheita da safra em dezembro, caíram mais de 45%. Situação das criações A falta de chuva e as baixas temperaturas na região também atingem as pastagens prejudicando a bovinocultura de leite e de corte. As baixas temperaturas estagnaram o crescimento das pastagens de verão e a falta de chuva prejudicou os serviços de implantação e o desenvolvimento das pastagens de inverno, observa o assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar, Valmir Dartora. Assim, para alimentar os animais os produtores estão utilizando forragem de milho pé inteiro, cana-de-açúcar e principalmente, silagem. Para complementar a alimentação dos animais, os produtores estão utilizando farelos, grãos e/ou rações. Apesar de ter melhorado um pouco o preço do leite, os produtores estão insatisfeitos com o preço recebido, que no período variou de R$ 0,34 a 0,46 por litro. Suinocultura

A reabertura das exportações da carne suína traz novas expectativas para o setor, na avaliação do assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar, Carlos Angonese. Na região, o milho está sendo comercializado de R$ 13,00 a 14,00 por saco, o kg do farelo de soja de R$ 0,50 a 0,62 e o kg do suíno integrado a R$ 1,60. No entanto, as indústrias que não possuem sistema de integração estão pagando de R$ 1,80 a 2,00 por kg de suíno vivo. Apicultura A queda de temperatura verificada na semana anterior foi bastante significativa, chegando a se verificar a formação de geada em fundos de vale. O que para as abelhas pode ser considerado clima inadequado, conforme Angonese. As baixas temperaturas obrigam as abelhas a consumir uma quantidade muito maior de mel para manter aquecida a colméia. A colheita esta encerrada e estima-se que a produtividade na região alcance entre 15 a 18 kg/colmeia/ano. Os apicultores estão realizando práticas de entrada de inverno. Existe grande quantidade de mel no mercado e pequena procura. Os apicultores estão descontentes com os preços recebidos principalmente no atacado. Já na venda direta ao consumidor, o apicultor esta recebendo entre R$ 5,00 e R$ 8,00. Piscicultura A falta de chuvas na região faz com que os açudes estejam em sua maioria a baixo do nível normal. As campanhas de povoamento de alevinos já foram executadas e aqueles açudes que tiveram condições de acumular água já receberam os alevinos.
(Diário da Manhã, 12/05/06)