FALTA DE RECURSOS AMEAÇA IMPLEMENTAÇÃO DAS PROPOSTAS DA RIO-92
2001-10-02
Pedro Leitão, diretor-executivo do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade, alerta sobre a delicada situação econômica pela qual está passando o principal mecanismo financeiro para implementação das convenções e acordos definidos na Rio-92, o GEF (Global Environmental Facility). Não havendo novo aporte de recursos, os vários fundos ambientais nacionais que operam na América Latina, África, Ásia e Leste Europeu estarão limitados. Consequentemente, estarão comprometidos programas resultantes da Rio-92, como as convenções da Biodiversidade, do Clima e da Camada de Ozônio. Objetivando discutir essa crítica situação, o Fundo Brasileiro para Biodiversidade (Funbio) está promovendo em Angra dos Reis, do dia 30 até quarta-feira, a 3ª Assembléia Geral da Rede-Lac (Rede de Fundos Ambientais da América Latina e do Caribe). Trata-se de uma reunião de natureza política, reunindo dirigentes de 24 fundos ambientais nacionais que operam na América Latina e no Caribe, representantes do GEF. Ao discutir o atual momento do fundo, pretende-se chegar a uma proposta - a ser encaminhada pelos governos e ONGs do continente na reunião Rio+10, em 2002, na África do Sul - que possa contribuir para aumentar o volume disponível de recursos financeiros para a conservação e sustentabilidade do meio ambiente planetário. A reunião, que está se promovendo em Angra, no Hotel do Frade, ganha mais importância devido à sinalização recebida após os atentados ocorridos nos Estados Unidos, dando conta de que as fundações privadas norte-americanas, importantes fontes de recursos para o meio ambiente, estão adotando uma postura cautelosa e de retração. Segundo Leitão, é hora de os países que dispõem de fundos ambientais nacionais cerrarem fileiras em defesa do GEF, único mecanismo financeiro voltado para implementação das propostas resultantes da Rio-92. (GM Rio Grande do Sul/A2, 1°/10)