CNPE dará a palavra final sobre projeto de Angra 3
2006-05-12
Diante da expectativa de freio no consumo de gás natural nos próximos meses, o
governo já começa a tentar minimizar o impacto dessa redução sobre as
perspectivas de crescimento econômico de longo prazo. O presidente da Empresa
de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, anunciou ontem que o
Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) dará a palavra final sobre o
projeto da usina nuclear Angra 3, conforme antecipado por este jornal.
Para apreciar o projeto, o Conselho, que é composto por ministros de pelo menos
quatro pastas, se reunirá em caráter extraordinário entre maio e junho próximo.
Avaliado em US$ 1,8 bilhão, o projeto agregará 1,3 mil novos megawatts (MW) ao
sistema interligado nacional, o que equivalerá, segundo cálculos estimados, a
cerca de sete milhões de metros cúbicos por dia de gás natural – quase 30% das
importações atuais da Bolívia. Se a construção for iniciada este ano, a usina
deverá começar a operar em 2012.
O presidente da EPE informou que o País deverá reduzir drasticamente o consumo
do gás natural nos próximos meses. Ao negar a adoção de medidas do governo para
restringir o consumo, ele justifica que a queda da demanda será "de forma
natural", a partir da substituição por outros insumos. Diante das incertezas, a
indústria, principalmente, deverá iniciar um movimento espontâneo de
substituição do gás.
A mesma indústria, aliás, que respondeu pela maior parcela de crescimento do
consumo do gás, em 2005: 24,3 milhões de metros cúbicos por dia (alta de 16,9%),
em decorrência principalmente da substituição do óleo combustível e do gás
liquefeito de petróleo (GLP).
A informação, divulgada ontem por Tolmasquim, faz parte dos resultados
preliminares do Balanço Energético Nacional 2006 - Ano Base 2005.
(GM,
12/05/06)