A ambientalista Kathia Vasconcellos, do Núcleo Amigos da Terra Brasil, está em Cachoeira do Sul intensificando a campanha contra a instalação da termelétrica no Capané. Distribuindo panfletos e conversando com os cachoeirenses, o Amigos da Terra quer convencer a sociedade a votar “não” no plebiscito sobre a instalação da usina, que acontecerá no próximo dia 21.

“Estamos alertando a população de Cachoeira sobre os impactos negativos na saúde humana que podem ocorrer em conseqüência da usina termelétrica e de como esse empreendimento pode interferir negativamente em suas vidas”, salienta Kathia.

Além dos impactos na saúde, ele destaca outros aspectos que considera importante a sociedade saber antes de decidir o seu voto. “Eventos climáticos extremos como o furacão Catarina no sul do Brasil e a estiagem em nosso Estado são mais do que indícios que já estamos sendo atingidos pelas mudanças climáticas. O gás carbônico, resultado da queima do carvão, é um dos responsáveis pelo agravamento desta situação”, afirma Kathia.

Votação

Para incentivar a comunidade a participar do plebiscito, o Amigos da Terra está espalhando cartazes pela cidade informando os pontos de votação. Como é um plebiscito, o voto não é obrigatório. Serão 14 pontos de votação espalhados pela cidade e interior.

Saiba mais

Amigos da Terra contesta a CTSul

. A CTSul quer aproveitar o carvão da região. O Amigos da Terra diz que o carvão deve ficar guardado para quando realmente houver tecnologia limpa para seu uso.

. A CTSul, com concordância da Fepam, diz que dispõe de tecnologia para controlar as emissões. O Amigos da Terra retruca: não existe tecnologia disponível para reter a emissão de gases do efeito estufa. Pequenas quantidades de mercúrio e chumbo, entre outros poluentes, causam grandes danos à saúde.

. A CTSul garante que a termelétrica é uma oportunidade de dinamizar a economia. O Amigos da Terra não concorda: a abertura de novas áreas de mineração significará o abandono da agricultura e o desemprego no setor.

. A termelétrica vai aumentar a arrecadação de impostos, mas os ambientalistas dizem que esses impostos são menores do que o prometido, e como o Estado vai ter de investir mais em saúde, ainda acaba no prejuízo.
Fonte: Amigos da Terra
(Jornal do Povo, 12/05/06)