600 PESSOAS DEVEM SER INCLUÍDAS NA LISTA DE CONTAMINADOS PELO ACIDENTE RADIOATIVO EM GOIÂNIA, EM 1987
2001-10-02
Quatorze anos após o acidente radioativo com a cápsula do césio 137, em Gioânia, o número de vítimas ainda não está fechado. O acidente, ocorrido em setembro de 1987, foi o mais grave da história do país. O Ministério Público de Goiás está tentando incluir mais de 600 servidores estaduais, que também tenham sofrido os efeitos da radiação, na lista de pessoas com direito a atendimento médico e recebimento de pensões alimentícias. Por recomendação do Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), outras 90 pessoas que tiveram contato indireto com o material radioativo na época, e não foram atendidas na ocasião do acidente radiológico, começaram a ser cadastradas na semana passada para receber assistência. Atualmente, 624 pessoas já recebem os benefícios. O Ministério Público está revendo a situação de Funcionários da Polícia Militar, do antigo Crisa (Consórcio Rodoviário Intermunicipal) da Comurg (Companhia de Urbanização de Gioiânia) que trabalhavam na remoção do entulho radioativo e na guarda dos depósitos em Abadia de Goiânia (18 km de Goiânia). A Suleide (Superintendência Leide das Neves), órgão estadual responsável pela assistência aos acidentados, atende hoje 44 vítimas que pertencem ao grupo 1, ou seja, afetadas diretamente pela contaminação; 54 do grupo 2 e 526 do grupo 3, variando conforme o grau de contaminação. A lei estadual n.° 10.997 (1989) assegura o atendimento médico e odontológico às vítimas até a segunda geração. Como os benefícios já atingem a terceira geração, o Ipasgo (Instituto de Previdência e Assistência Social de Goiás), tenta manter uma forma de manter os atendimentos, já que a lei deve sofrer modificações. Para a Cnen, a possibilidade e um acidente radioativo hoje , nos moldes do que ocorreu em Gioânia em 1987, é muito menor. Embora materiais nucleares ainda sejam bastante utilizados em tratamentos médicos e em pesquisas científicas, o órgão assegura que os mecanismos de monitoramento se tornaram mais rígidos. (FSP/C1, 1°/10)