Ibama autoriza dragagem de acesso ao porto
2006-05-12
O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) autorizou o início da dragagem de manutenção do canal de acesso ao
porto do Rio Grande, no sul do Estado. O anúncio põe fim a uma espera de mais de
três anos do setor portuário gaúcho. Serão investidos R$ 17,5 milhões.
O contrato entre a Superintendência do Porto de Rio Grande (Suprg), que entrará
com os recursos, e a empresa fluminense Dragaport, vencedora da licitação, foi
assinado na quarta-feira (10/05).
A obra compreende a retirada de sedimentos de um dos seis trechos do canal,
localizado em frente ao cais público. De acordo com o superintendente do porto,
Vidal Áureo Mendonça, a dragagem completa foi solicitada ao Ibama, mas o
trabalho será feito por etapas para obedecer a critérios de qualidade ambiental.
A retirada da lama ocorrerá no sentido Lagoa dos Patos-Oceano Atlântico,
acompanhando o movimento da maré.
O trecho autorizado equivale a 486 mil dos 2,6 milhões de metros cúbicos de
sedimentos a serem retirados. A partir da assinatura do contrato, a empresa tem
15 dias para começar as operações, devendo concluir esta etapa em 30 dias. A
previsão para dragar todo o canal de acesso ao porto é de seis meses, com a
utilização de uma embarcação.
- A empresa colocará duas dragas à disposição, o que poderá diminuir o tempo -
acredita Mendonça.
Com a obra, fica garantida a retomada do calado (profundidade) de 40 pés (cerca
de 14 metros) no Superporto e de 31 pés (11 metros) no Porto Novo. A condição
é fundamental para a competitividade do porto, porque permite aos navios
estocar mais carga em seus porões.
Manutenção permanente do calado está sendo estudada
Até agora, a exportação de grãos tem sido a principal prejudicada pela redução
do calado. O presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP),
Wilen Manteli, conta que as embarcações chegam a esperar até quatro dias pela
subida do nível da água para poder deixar o porto.
- Isso favorece os concorrentes internacionais e os portos vizinhos - alerta
Manteli.
Há uma proposta de manutenção permanente do calado sendo estudada pelo governo
do Estado há mais de um ano. A idéia realizar licitação para que uma empresa
faça o trabalho no período de 15 a 20 anos.
(ZH, 12/05/06)