Refinaria de petróleo Ipiranga poderá paralisar
2006-05-12
A Refinaria de Petróleo Ipiranga, de Rio Grande, pode parar novamente em função da alta no preço internacional do petróleo. A empresa só tem matéria-prima suficiente para operar até o dia 20 e negocia com a Petrobras uma carga de petróleos misturados, a preços competitivos. "Devemos ter uma resposta nesta semana", disse ontem a diretora-superintendente da refinaria, Elizabeth Tellechea, durante a divulgação dos resultados trimestrais das Empresas Petróleo Ipiranga.
De acordo com ela, a nova carga permitirá que as operações sejam mantidas enquanto a empresa negocia uma solução para a defasagem entre o preço internacional do petróleo e o dos derivados no mercado brasileiro. Entre as alternativas estudadas estão a prestação do serviço de refino para a Petrobras, contratos de petróleo e a possibilidade de fazer exportações por meio da estatal.
O prejuízo provocado pela diferença entre o custo da matéria-prima e o valor de venda dos derivados (principalmente gasolina) fizeram com que a refinaria parasse durante mais da metade de 2005. Foram 53% de dias parados contra 47% em operação. Neste ano, a empresa operou ininterruptamente e encerrou o primeiro trimestre com receita bruta de R$ 244,4 milhões, 0,3% superior à de igual período de 2005."Conseguimos colocar no mercado quase toda a produção", afirmou Elizabeth.
A média de refino no primeiro trimestre foi de 10,9 mil barris/dia, semelhante à do ano passado. Enquanto o preço médio do barril nos primeiros três meses de 2005 atingiu 49,7 dólares, a média neste ano foi de 63,4 dólares. A refinaria encerrou o período com lucro líquido de R$ 57,3 milhões, sendo R$ 56,4 milhões de equivalência patrimonial (participação acionária nas demais empresas do grupo). A atividade de refino contribuiu com apenas R$ 966 mil.
(CP, 12/05/06)