Qualidade da água na região do Vale do Rio Pardo é prioridade no plano de ações
2006-05-12
Os problemas de disponibilidade e qualidade das águas superficiais são as
principais prioridades do Plano de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio
Pardo. A definição ocorreu na reunião do Comitê Pardo realizada na terça-feira
(09/05) à tarde, na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Em segundo lugar
ficou a capacitação técnica e educação ambiental. Em seguida aparecem os
problemas da mata ciliar; uso do solo; gestão de recursos hídricos;
vulnerabilidade das águas subterrâneas; morfologia fluvial e suscetibilidade a
enchentes.
Na próxima reunião, dia 13 de junho, em Santa Cruz, começam os trabalhos de
estudo e definição das atividades mais importantes, que serão implementadas
primeiro para atacar os problemas das águas da bacia. A empresa Ecoplan
Engenharia, em parceria com técnicos da Fundação Estadual de Proteção Ambiental
(Fepam) e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), vai apresentar
sugestões de ações a serem discutidas pelos membros do comitê.
Elas deverão estar ligadas, por exemplo, ao tratamento de afluentes e agentes
poluidores. Em Santa Cruz – o maior município da bacia hidrográfica –, apenas
6% da população urbana está ligada à rede da estação de coleta e tratamento de
esgoto. Enquanto isso, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Pindorama, que
ocupa uma área de 72 hectares no Bairro Santuário, tem capacidade instalada
para processar o esgoto de 70 mil pessoas, mais da metade da população urbana
e rural de Santa Cruz.
Segundo a presidente do Comitê Pardo, Lúcia Müller Schmidt, a priorização foi
decidida pelos membros do órgão, que é constituído por 15 categorias,
representando usuários da água, população e órgãos públicos estaduais e
federais. Ela explicou que o problema das enchentes, que atinge moradores dos
bairros Várzea e Navegantes, também de Santa Cruz, ficou em último na escala
das prioridades, mas isso não significa que não haverá nenhuma medida para
minimizá-lo.
“Uma coisa está ligada a outra. No momento em que atacarmos a poluição, a mata
ciliar e o uso do solo, por exemplo, estaremos agindo contra as enchentes”,
salientou. Lúcia frisou que os alagamentos naquela região são também um problema
social, e não apenas ambiental. “O Plano Diretor que está em vigor proíbe a
construção de moradias em toda aquela área. E como há dezenas de casas lá, com
toda a infra-estrutura?”, questionou.
RECURSOS – O coordenador técnico da Ecoplan no Plano Pardo, Henrique Kotzian,
explicou que a escolha das prioridades faz parte da chamada Etapa C do plano.
“A partir de agora começamos os detalhamentos técnicos que vão possibilitar o
início efetivo das ações práticas para a solução dos problemas hídricos.”
Depois de definidas, acrescentou ele, virá a fase de coleta de recursos. “Não
dá para fazer fantasia. A execução dos projetos terá um custo e isso precisa
ser pago por alguém. Vamos buscar todo tipo de ajuda, seja do governo ou da
população”, antecipou.
AS PRIORIDADES
1 – Águas superficiais (disponibilidade e qualidade)
2 – Capacitação e educação
3 – Mata Ciliar
4 – Uso do solo
5 – Gestão de recursos hídricos
6 – Vulnerabilidade das águas subterrâneas
7 – Morfologia fluvial
8 – Suscetibilidade a enchentes
(Gazeta do Sul, 10/05/06)