O município de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, está perto de receber um investimento de US$ 1,4 bilhão na construção de uma fábrica de papel e celulose. O Conselho de Administração da americana International Paper, uma das maiores empresas do setor, deve decidir, no início do segundo semestre, a localização da nova fábrica, que pode ser no Brasil, na China ou no leste da Europa.

"O Brasil está entre os semi-finalistas", brinca o presidente mundial da IP, John Faraci, que chegou terca-feira (10) ao Brasil acompanhado de todo o conselho da empresa. O grupo de dez conselheiros está no Brasil para sua reunião anual - que excepcionalmente se realiza fora dos EUA - e também para conhecer um pouco mais sobre o País.

Além de visitar todas as instalações da empresa, distribuídas por São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Amapá, o grupo terá conversas informais com empresários e banqueiros para entender um pouco mais sobre a realidade do País antes de tomar qualquer decisão de investimento. Desde que anunciou um grande plano de reestruturação, em julho do ano passado, se desfazendo de ativos para se concentrar na produção de papel para impressão e embalagens, a IP já acumulou nada menos que US$ 10 bilhões.

"Quitaremos algumas dívidas, mas boa parte irá para investimentos, tanto na América do Norte quanto em mercados estratégicos", diz Faraci, que comanda uma empresa com faturamento anual de US$ 26 bilhões. O negócio brasileiro representa menos de 3% do total (US$ 750 milhões). "Apesar de pequeno, o Brasil tem grande importância estratégica", diz Faraci. Mas o investimento só será realizado se os conselheiros da empresa se convencerem de que o negócio trará uma remuneração superior a 9%.
(O Estado de S. Paulo, 10/05/06)