Bolívia quer expulsar madeireira de brasileiro
2006-05-11
Acaba hoje o prazo concedido pelo governo boliviano para que a
madeireira Caramanu, de propriedade de um brasileiro e um boliviano,
deixe as instalações na província do Pando, fronteira com o Acre. A
Bolívia afirma que a unidade se localiza em área irregular e a está
expropriando. Em contatos com a embaixada do Brasil, o Ministério das
Terras informou que pode fazer uso de força para garantir a retomada.
Segundo fontes oficiais, a empresa recorreu a Justiça contra a medida.
A tensão deixou em estado de alerta cerca de 2 mil agricultores
brasileiros que ocupam terras na área. Mas a embaixada do Brasil obteve
do Departamento de Imigração do Ministério das Terras a promessa de que
os pequenos produtores brasileiros não serão importunados. Funcionários
afirmaram que a ofensiva contra a madeireira é um ato isolado e não está
relacionado ainda à reforma agrária do governo de Evo Morales.
Os agricultores que residem na fronteira entre os dois países são, em
sua maioria, pequenos proprietários que estão no local há cerca de 30
anos. De forma geral, são de origem humilde, plantam castanhas e temem
ser expulsos. Se isso ocorrer, o governo brasileiro dará proteção aos
produtores, segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
(CP, 11/05/2006)